Com discurso fantasioso e recheado de detalhes sobre uma suposta sociedade secreta antiquíssima, um estelionatário decidiu usar um celular com prefixo da Nigéria para aplicar golpes no Distrito Federal. Simulando ser um “mestre illuminati”, o picareta estampou a foto do senador Izalci Lucas (PL) no perfil do WhatsApp e em uma “carteira secreta” sem saber, naturalmente, que o político é muito conhecido na capital da república. Ao tomar conhecimento pela coluna Na Mira sobre o golpe, o senador registrou ocorrência na Polícia do Senado.
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Na Mira
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Nas mensagens enviadas aleatoriamente para pessoas que vivem no DF, o estelionatário faz um convite rápido e direto para o “escolhido” a integrar a irmandade, que remete a uma sociedade secreta que existiu entre 1776 e 1785, na antiga Baviera, atual Alemanha. Os illuminati, até os dias atuais, alimentam teorias de conspiração, incluindo alegações de que se trataria de uma organização global secreta e misteriosa, cuja intenção seria dominar o mundo.
“Sou o lorde mestre da irmandade Illuminati. Um agente daquela organização te enviou para mim dizendo que você quer se juntar à irmandade no Departamento de Distribuição dos Illuminati. Como você deve ter visto, milhares de cidadãos em todo o mundo escolhe [sic] se tornar parte da nossa unidade global”, diz o golpista nas mensagens. Com frases prontas, a impressão é que estelionatário usa páginas de tradução simultânea para escrever em português.
Veja as mensagens do “Mestre Illuminati” que usa a foto do senador Izalci Lucas:
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Venda de “joias”
Após uma longa aula de história sobre a suposta trajetória da sociedade secreta, o nigeriano tenta dar a cartada para arrancar dinheiro das vítimas. O objetivo é vender “joias” expostas em uma espécie de loja virtual. As peças seriam especiais e um “illuminati” poderia ostentá-las. “Todos mostram sua lealdade usando um colar chamado Talismã dos illuminati. Este pingente é feito em uma variedade de metais e mostra o símbolo dos illuminati: a pirâmide, o olho e o círculo eterno”, diz o golpista.
Curiosamente, Izalci Lucas apresentou, em 2021, projeto de Lei para agravar penas como invasão de dispositivo, furto qualificado e estelionato ocorridos em meio digital, conectado ou não à internet. O texto acabou publicado no Diário Oficial da União e sancionado pelo então presidente Jair Bolsonaro.
Conforme a nova redação do Código, o crime de invasão de dispositivo informático passou a ser punido com reclusão, de um a quatro anos, e multa, aumentando a pena de um terço a dois terços se a invasão resultar em prejuízo econômico. Antes, a pena aplicável era de detenção de três meses a um ano e multa.