É um novo momento para a Nissan. Makoto Uchida deixou o cargo de CEO da fabricante japonesa e foi substituído por Ivan Espinosa, que tem a missão de revitalizar a empresa. Apesar de as negociações sobre uma fusão com a Honda não terem dado certo, a marca ainda quer uma parceria com sua conterrânea para desenvolver veículos.
A Nissan fez um encontro com jornalistas na semana passada, anunciando vários dos modelos que chegarão ao mercado nos próximos dois anos, inclusive para o Brasil, como a nova Frontier e um inédito SUV abaixo do Kicks. Os executivos aproveitaram a ocasião para explicar como está o relacionamento com a Honda.
Guillaume Cartier, Chief Performance Office (CPO) da Nissan, disse que a fabricante “nunca parou” de falar com a Honda. As duas empresas discutem possíveis formas de cooperar, mesmo que a fusão esteja fora dos planos – ao menos neste momento.
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Espinosa lembra que a Nissan e a Honda anunciaram uma parceria em março de 2024 para colaborar no desenvolvimento de carros elétricos, software e inteligência artificial. “Estamos trabalhando todas as semanas com eles porque temos vários projetos com eles”, explica o novo CEO.
Ponz Pandikuthira, chefe de planejamento da Nissan América do Norte, complementa dizendo que estão “pensando em fazer programas individuais com eles. Estou usando a Honda como um exemplo hipotético aqui porque há uma conversa real acontecendo, não é que nada disso tenha sido finalizado.”

Um exemplo é a linha de SUVs grandes da Nissan e de sua marca de luxo Infiniti, composta por Pathfinder, Murano, QX60 e QX65. “Sabemos que esses mesmos veículos têm contrapartes na Honda. Então, se você desenvolver uma plataforma em comum para eles, ao invés de talvez 200.000 unidades, você desenvolve imediatamente para 400.000 unidades. Você pode ver rapidamente que pode ter os custos variáveis sob controle”, explica Pandikuthira.
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Compartilhar os custos ajudará a Nissan a resolver seu problema financeiro. Espinosa diz que a fabricante não tem um problema de caixa, possuindo cerca de 1 trilhão de ienes (R$ 38,5 bilhões) em suas contas, mas que precisa dar um jeito na falta de fluxo. Isto é o que tem levado a empresa a cortar empregos e vender algumas fábricas, como o complexo na Espanha, que agora está nas mãos da Chery.
Cortar custos é uma solução, mas nada está descartado, nem mesmo voltar a uma possível fusão, seja com a Honda ou com outra empresa. A Honda já teria mostrado interesse em retomar as negociações, mas apenas se Uchida deixasse a Nissan, o que aconteceu. Espinosa deixou claro que tem a mente mais aberta que seu antecessor e que estaria disposto a qualquer coisa que ajudasse a fabricante. É uma posição diferente de Uchida, que teria sido contra a fusão com a Honda por não querer que a Nissan fosse transformada em uma subsidiária.