A GWM vai desviar um pouco do foco em carros híbridos e elétricos quando lançar no Brasil, já no segundo semestre, a picape média Poer. A fabricante decidiu que também venderá a Poer no Brasil com motor turbodiesel e não apenas em versão híbrida plug-in, combinada com motor a gasolina.
Tivemos a oportunidade de conhecer as duas configurações na China, logo após o Salão de Xangai. Cada configuração mecânica tem suas características, visual próprio e missões distintas.
A decisão de vender a opção a diesel foi estratégica. O lançamento do Tank 300, um híbrido 4×4 mais raiz, já está ajudando a interiorizar a rede de concessionárias da GWM. Mas o lançamento da Poer com motor turbodiesel poderá acelerar esse processo. Além do mais, são as picapes diesel as que mais vendem no Brasil.
Por outro lado, as versões híbridas plug-in serão as mais caras e sofisticadas. O público das picapes híbridas é mais urbano e demanda mais tecnologia e conforto. No caso das Poer, o cliente ainda levará para casa uma picape com design mais impactante.
As GWM Poer a diesel têm um novo motor 2.4 turbodiesel, lançado em meados de 2024 e que, na China, gera 184 cv e 48,9 kgfm. Esses números poderão mudar no Brasil, tanto por conta do Proconve L8 quanto pela demanda de um segmento onde a maioria das rivais já passou dos 200 cv. O câmbio é automático de nove marchas e a tração sempre será 4×4 com reduzida e com bloqueio do diferencial traseiro.
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As versões a diesel podem ser reconhecidas pelos faróis menores, pela grade mais estreita e pelas lanternas mais discretas, mas ainda com iluminação de leds. As híbridas já seguem o design das Poer Sahar de alguns mercados, com grandes faróis quadrados, grade mais alta, capô mais reto e moldura plástica nas lanternas traseiras.


Além disso, podem ter a tampa traseira com abertura lateral como em uma Fiat Toro. Mesmo assim, as que têm abertura convencional, para baixo, têm um sistema de alívio de peso muito competente. A caçamba tem proteção por meio de uma pintura grossa que também aumenta a resistência a impactos. Na Austrália, a Poer é vendida com um “GWM” estampado na tampa traseira.
Pelo menos as versões a diesel terão mais de 1.000 kg de capacidade de carga, enquanto a Poer Hi4T, híbrida plug-in, terá capacidade ao redor dos 750 kg.

A Poer híbrida plug-in combina um motor 2.0 turbo a gasolina com dois motores elétricos para somar 408 cv e 76,5 kgfm. Sua configuração mecânica é muito parecida com a do Tank 300 e permite que a tração 4×4 seja totalmente mecânica, sem depender apenas de um motor elétrico para acionar o eixo traseiro.
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A bateria, por sua vez, tem 37,1 kWh de capacidade e permite rodar até 100 km no modo elétrico nas medições chinesas. Uma boa notícia é o fato de aceitar recarga a até 50 kW.

As medidas da picape ficam próxima aos 5,41 metros de comprimento, 1,93 me de largura, 1.87 m de altura e 3,23 m de distância de entre-eixos, com pequena variação entre as configurações mecânicas devido aos para-choques diferentes.

Há diferenças importantes entre as cabines das Poer a diesel e híbridas. Nas diesel, o acabamento é mais simples, com menos peças prateadas, quadro de instrumentos de 10″ destacado do painel e central multimídia de 12,3″ com botões em sua base. Nas híbridas o quadro de instrumentos digital apresenta mais informações e fica escondido em um cluster no painel, dando espaço para o head-up display e a central tem 14,6″.

Também na Poer Hi4T a parte superior do painel tem acabamento macio, a faixa horizontal do painel imita madeira e há bancos elétricos dianteiros e até mesmo traseiros, permitindo que os passageiros reclinem o encosto. Todas as Poer tem o seletor de marcha no estilo manche, também usado no Tank 300, e freios de estacionamento eletrônicos. As híbridas, no entanto, têm mais configurações e modos para o sistema de tração.

Entre os equipamentos disponíveis estão rodas de 18 polegadas, faróis de LED, estribos laterais, barras de teto, espelhos laterais dobráveis eletricamente, chave presencial, carregador de celular sem fio. teto solar elétrico, bancos dianteiros aquecidos e refrigerados, bancos traseiros com aquecimento e volante com aquecimento.
A oportunidade para dirigir as duas configurações da GWM Poer foi bastante limitada em tempo, percurso e velocidade. O que deu para notar é que a versão a diesel vibra tanto quanto uma Fiat Titano, tem direção muito leve e freios que demoram para reagir. A híbrida, no entanto, deixou claro seu refinamento na forma como sua suspensão é mais confortável, na suavidade das acelerações e também pelo fato de ter direção mais responsiva e com mais peso.
Lançamento e produção nacional

A GWM só não adiantou qual configuração será lançada primeiro, ainda no início do segundo semestre. Isso porque as primeiras unidades ainda serão importadas da China e a nacionalização ficará para o início de 2026.
É possível que a Poer a diesel saia na frente, pois foi vista em testes no Brasil há pouco tempo. Os testes são, inclusive, para adaptar a picape às condições e exigências do Brasil. Mas a demanda pelo motor 2.4 turbodiesel tende a ser maior, sendo mais adequado esperar a produção nacional para o seu lançamento.

A configuração híbrida, por ter visual mais imponente e ser mais sofisticada, poderia chegar ao mercado antes para pavimentar o caminho da GWM no segmento das picapes médias. Considerando o contexto do segmento, é esperado que a GWM Poer ocupe a faixa de preços entre R$ 270.000 e R$ 340.000.
Independente da mecânica, a partir do início de 2026 todas as GWM Poer vendidas no Brasil serão fabricadas em Iracemápolis (SP) ao lado do Haval H6 e, mais tarde, do Haval H9. Entrará, assim, para o restrito grupo das picapes médias feitas no Brasil, onde figuram apenas a Chevrolet S10 e a Mitsubishi Triton. Nos resta esperar os próximos movimentos da empresa. O fato é que a GWM terá uma picape à venda no Brasil ainda em 2025.