A Polícia Federal (PF) apreendeu, nessa segunda-feira (28/4), uma caminhonete avaliada em mais de R$ 300 mil, adquirida com recursos de origem ilícita. A apreensão foi realizada em cumprimento a mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal da 2ª Vara de Santana do Livramento (RS) no curso das investigações da Operação Plata y Plomo, que apura esquema de importação clandestina de sucatas de baterias na região fronteiriça entre Santana do Livramento e Rivera (Uruguai).
Segundo a PF, as investigações tiveram início em março de 2024, após a prisão temporária do investigado na posse do referido veículo. Verificou-se, à época, que embora o investigado utilizasse o automóvel, ele estava formalmente registrado em nome de um terceiro — uma pessoa sem aparente relação com a investigação e residente na região central do Rio Grande do Sul.
Leia também
-
Mirelle Pinheiro
Máfia da anestesia: denúncia anônima virou arma contra dissidentes
-
Mirelle Pinheiro
Máfia da anestesia: investigação levanta suspeita de esquema nacional
-
Mirelle Pinheiro
Raio-X financeiro: como a máfia da anestesia encarece a saúde no DF
-
Mirelle Pinheiro
Cartel da anestesia no DF: saiba quem são os envolvidos no esquema
Apurou-se que a aquisição do veículo foi feita de forma informal, com o auxílio de uma concessionária local. O proprietário da empresa, em conluio com o investigado, organizou a compra com pagamento à vista, cuja origem dos recursos indica proveniência de atividades criminosas. Para ocultar a real titularidade do bem, o veículo foi registrado em nome de um terceiro e, posteriormente, transferido para uso do investigado.
Após tomar posse do bem, o investigado ainda contratou financiamento bancário junto a uma instituição financeira oficial, assumindo o valor total de R$ 393.604,62.
A medida, além de configurar suposta fraude contratual, teria servido como tentativa de “esquentar” os recursos ilícitos empregados na aquisição do veículo, podendo caracterizar crime de lavagem de dinheiro.
O investigado também já havia sido alvo da Operação Fauda, deflagrada em outubro de 2022, que apurou mecanismos de lavagem de capitais e remessas ilegais de valores ao exterior.