O padre Danilo Felix Franco, que foi detido por embriaguez ao volante e por causar confusão em um posto de gasolina na madrugada dessa segunda-feira (19/5), em Registro, no interior de São Paulo, foi afastado dos ofícios da igreja pela Diocese municipal após o ocorrido. De acordo com comunicado, Danilo passará por acompanhamento terapêutico por tempo indeterminado.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Diocese esclareceu que o religioso é pároco na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Jacupiranga, e também exerce outras funções. A decisão do afastamento e tratamento é do bispo Dom Manoel Ferreira e do Conselho de Presbíteros.
“Venho por meio deste, comunicar que o Pe. Danilo Felix Franco foi afastado de seu ofício de Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Jacupiranga, bem como de todos os demais ofícios pelo mesmo, exercidos em nossa Diocese até a presente data, por ocasião dos fatos públicos ocorridos na noite do dia 18 de maio deste ano, conhecidos por todos”, anunciou o sacerdote.
No pronunciamento, o bispo ainda relembrou um trecho do evangelho de Mateus na Bíblia Sagrada. No fragmento do texto, ele lamentou o pequeno número de sacerdotes para servir o povo e pediu a oração dos fiéis pela eleição de novos servidores e pela recuperação de Danilo.
“Como dizia Jesus, ‘a messe é grande e os trabalhadores são poucos; pedi ao Senhor da messe que envie operários à sua messe’ (Mt 9, 37-38). Reconhecendo o ainda pequeno número de Sacerdotes para servir nosso povo, convido a todos a pedirem em oração a Cristo, o Bom Pastor, que envie santos e numerosos servidores para nossa Igreja Particular”, declarou Dom Manoel.
Segundo testemunhas, o padre Danilo Felix Franco estava bêbado, quebrou algumas garrafas e xingou funcionários de um posto de gasolina. À polícia, funcionários do posto relataram que tentaram conter o sacerdote, mas foram xingados e ameaçados.
Entenda o caso
- Segundo testemunhas, o religioso foi flagrado bêbado, na madrugada dessa segunda (19/5). Ele teria quebrado garrafas de vidro e xingado os funcionários do posto de gasolina.
- O caso aconteceu na Rua Haguemu Matsuzawa, no centro de Registro.
- De acordo com a Polícia Militar (PM), os agentes constataram que o religioso apresentava sinais de embriaguez, como fala desconexa, desorientação, andar cambaleante e forte odor de álcool.
- Funcionários do posto relataram que tentaram conter Danilo, mas foram xingados e ameaçados.
- Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o padre foi levado à delegacia e aceitou ser submetido a exame de sangue para constatar a embriaguez. Ele foi conduzido para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e fez a coleta.
- Segundo o boletim de ocorrência, ele não foi ouvido devido ao estado de embriaguez, e foi liberado.
- O caso foi registrado como embriaguez ao volante na Delegacia Sede de Registro e investigações da Polícia Civil buscam esclarecer os fatos.
Posicionamento da igreja
No dia do ocorrido, o Metrópoles procurou a Diocese de Registro que enviou, em nota, um esclarecimento do bispo dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior sobre o caso. No pronunciamento, o sacerdote lamentou o “escândalo” e disse que a atitude desfigura a missão católica.
Leia a nota na íntegra:
“Tendo tomado conhecimento dos últimos fatos envolvendo um membro de nosso Clero Diocesano, vimos a público pedir perdão pelo escândalo gerado entre os fiéis católicos, diante daqueles que mesmo não professando a fé católica têm grande estima e proximidade à Igreja e, enfim, aos que porventura foram moralmente feridos por tais fatos.
Com efeito, nos recorda o saudoso Papa Francisco que ‘a Igreja, na sua essência, é uma Igreja de fé e sempre relacional, e só curando as relações doentias é que nós podemos tornar a Igreja sinodal. Como poderemos ser críveis na missão se não reconhecemos os nossos erros e não nos inclinamos para curar as feridas causadas com os nossos pecados?’.
A partir do conhecimento do fato, o Clérigo envolvido receberá, imediatamente as devidas implicações canônicas, além das civis que já estão em curso.
Reiteramos o compromisso da Igreja Católica de não tolerar quaisquer tipos de atitudes, sobretudo por parte de sua hierarquia, que gerem escândalo e desfigurem a sua missão”.