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Dream Life in Paris

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Paranaense troca carreira de designer por “experimento” nas ruas de SP

Bacharel em design de produto, Augusto Espindola deixou a carreira para enfrentar uma experiência imersiva, que consiste em “sair de um grupo social para entrar em outro”. Ele partiu de Curitiba, no Paraná, e chegou a São Paulo, no ano passado, para consolidar o “experimento” de ficar em situação de rua, documentar e compartilhar via rede social.

Com R$ 20 no bolso, um celular, uma câmera e uma mochila, o paranaense encarou o desafio pessoal, sem “romantizar” a desigualdade social, mas principalmente com o propósito de fazer registros e compartilhar. Por meio do projeto, ele ainda pretende passar por outras regiões do Brasil e, depois, escrever um livro.

4 imagensEle faz um "experimento social" e está em situação de ruaEm São Paulo, a primeira parada foi em SantosAugusto é formado em design. O nome de batismo é Cesar Augusto Camargo Schrega, mas ele quer alterar legalmente para o sobrenome da avó materna, Espindola, com o qual se identifica mais atualmenteFechar modal.1 de 4

Augusto Espindola é paranaense

Material cedido ao Metrópoles2 de 4

Ele faz um “experimento social” e está em situação de rua

Material cedido ao Metrópoles3 de 4

Em São Paulo, a primeira parada foi em Santos

Material cedido ao Metrópoles4 de 4

Augusto é formado em design. O nome de batismo é Cesar Augusto Camargo Schrega, mas ele quer alterar legalmente para o sobrenome da avó materna, Espindola, com o qual se identifica mais atualmente

Material cedido ao Metrópoles

Como surgiu o “experimento”

Nascido em uma família estruturada, Augusto Espindola morava em apartamento próprio e tinha carreira como designer autônomo, vasto repertório de clientes e uma renda variável de em média R$ 12 mil por mês. Depois, mudou para um emprego com salário estável. Segundo ele, a partir de algumas percepções internas e até frustrações pessoais, tudo mudou.

Depois de pedir demissão, ao se frustrar com a empresa na qual trabalhava havia 10 meses, perdeu a renda fixa. Ao mesmo tempo, enfrentou problemas pessoais e uma depressão. “Percebi que a maior parte daqueles ao meu redor pareciam ter perdido algo de sua humanidade, deixada pra trás por interesses que giravam ao redor de posses e finanças”, avalia.

“Eu acabei esbarrando naquilo que parecia que faltava nas pessoas dos meus círculos quando, numa fase de mais solidão, passei a prestar atenção no pessoal das ruas. Comecei a observar que a vida deles era completamente diferente da percepção que eu tinha até esse ponto”, relembra. “Quando chegou a hora em que eu estava bem de volta, tive que parar e tomar uma decisão, que era se eu ia simplesmente montar meu currículo, procurar uma empresa ou começar de volta uma carta de clientes, ou se eu ia tentar fazer algum projeto social”, completa.

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Nas ruas

O projeto começou em março de 2024. Até julho, Augusto fez somente “pesquisa de campo” na cidade natal. “Em agosto, tive meus primeiros dias dormindo na rua, em Curitiba, e exercendo atividades que alguém na rua exerce, mas não passei mais de dois dias seguidos na rua”, explica.

“Em agosto, me considerei preparado o suficiente e fui para a região metropolitana, São José dos Pinhais, e passei minha primeira
semana completa na rua. Retornei a Curitiba e fiz uso da venda de balas, com fim de fazer abordagem com o público e entender as reações que eu teria. Foi aí, então, que eu ouvi inúmeras vezes algo que jamais nem considerei fazer: publicar on-line”, conta.

Em outubro, ele chegou a São Paulo e iniciou as postagens no Instagram. Começou em Santos, onde passou dois meses. Chegou a voltar a Curitiba. Em fevereiro deste ano, então, retornou a Santos, ficou mais dois meses e, então, foi à capital São Paulo, como uma conexão para Vitória. No entanto, em um assalto, perdeu o RG e decidiu ficar mais tempo em São Paulo.

Na mochila, Augusto carrega poucas peças de roupa, itens de higiene pessoal, remédios, agasalho, um cobertor e um tapete de EVA. No dia a dia, coleta latas para reciclagem, por exemplo. A primeira compra de Augusto com o dinheiro fruto da atividade foi um livro.

A rotina muda a cada uma semana e meia, duas semanas no máximo. “Eu cheguei aqui pela Sé, fui para a Liberdade, Aclimação, Tietê, Brás, Bela Vista, Jardins… Eu passei já [por] pelo menos uns oito bairros de São Paulo, dormindo pelo menos uma noite em cada um”, detalha Augusto. “Eu planejei passar um ano em trânsito, subindo o Brasil em direção norte ou leste, mas eu provavelmente passe dois anos”.

De acordo com Augusto, a família não apoia a decisão dele de passar voluntariamente um tempo em situação de rua. No entanto, o paranaense pondera que mantém contato diário com a mãe, para tranquilizá-la.

Percepções em São Paulo

Ao longo da experiência imersiva, Augusto percebeu que uma característica relevante da cidade de São Paulo é a ampla rede socioassistencial fornecida pelo Estado, sobretudo em pontos de Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). As unidades são geralmente imóveis alugados, cedidos ou públicos. Atualmente, há quatro na capital paulista: centro, zona norte, zona leste e zona sul.

Além disso, Augusto também se surpreendeu com a solidariedade da sociedade civil. “A população ajuda bastante por vontade própria, pelo menos nas regiões pelas quais eu passei. Eu ganhei bastante dinheiro de algumas pessoas, sem eu ter pedido”, garante.

Ele exemplifica: “Uma vez, eu acordei e estava sentado arrumando minhas coisas — porque eu acordo, guardo o cobertor, guardo tudo na mochila e tudo mais —, fumando meu primeiro cigarro do dia, até tinha ouvido uma música, aí passou uma senhora e me deu R$ 20. Eu não pedi, não fiz nada, só estava sentado. Nesse lugar em que eu dormia, uma ou outra pessoa me deixava alguma coisa para comer. Isso é muito interessante aqui de São Paulo.”

Por outro lado, na visão de Augusto, uma das principais dificuldades é sanitária. “São Paulo é uma cidade que já encara uma situação absurda de problema de banheiro para toda a população. Fica muito pior para quem está na rua. Quase não tem banheiro. Se a gente for ver, por exemplo, tem um banheiro químico na região da Liberdade inteira.”

Futuro

Questionado sobre o futuro, Augusto assegura que não existe perspectiva da vida “voltar ao normal”. “O meu normal era uma carreira de 20 e tantos anos como desenvolvedor de web especializado em experiência de usuário. Eu não vou voltar a trabalhar com isso”, revela.

No “experimento social”, ele tem o intuito de migrar do Instagram para um formato mais profundo no YouTube, e, em seguida, produzir uma publicação escrita. “É um material que vai me dar trabalho para continuar, para uma segunda fase, apresentar dados e fazer comparações muito bem fundamentadas entre as cidades e tudo mais”, adianta.

“Muito do que eu vivo e do que eu vejo não dá nem para contar na internet. É coisa pesada, é coisa que envolve a vida dos outros, é coisa que envolve situações de vício, envolve policial corrupto, envolve tráfico; é coisa que se põe num livro”, conclui Augusto.

4 imagensEle documenta a experiência imersiva em rede socialAugusto se surpreendeu com a solidariedade da população paulistaAugusto pretende escrever um livro Fechar modal.1 de 4

Na rotina em situação de rua, Augusto coleta latas para reciclagem

Material cedido ao Metrópoles2 de 4

Ele documenta a experiência imersiva em rede social

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Augusto se surpreendeu com a solidariedade da população paulista

Material cedido ao Metrópoles4 de 4

Augusto pretende escrever um livro

Material cedido ao Metrópoles

Dados sobre a população de rua em SP

Apesar de paulistanos e moradores radicados na capital paulista perceberem no dia a dia um aumento significativo da população de rua, os dados oficiais da Prefeitura de São Paulo estão desatualizados. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), o último Censo da População em Situação de Rua, realizado em 2021 e publicado em 2022, estimou 31.884 moradores de rua na cidade de São Paulo.

Do total, 70,8% englobam pessoas pardas e pretas. Além disso, 83,4% são homens. Em relação aos pontos de estadia, a maioria da população de rua fica em calçadas (60,1%), embaixo de viadutos (11,5%) e praças (11,2%).

Conforme o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a partir da base do Cadastro Único (CadÚnico), a cidade de São Paulo registrou 93.355 pessoas vivendo na rua em janeiro de 2025. O número corresponde a 66% do total registrado no estado, com 139.799 pessoas.


O que diz a prefeitura

Ao Metrópoles, a Prefeitura de São Paulo disse que “a cidade tem a maior rede socioassistencial da América Latina”. De acordo com o governo, são mais de 26 mil vagas, distribuídas em 384 serviços de acolhimento, como hotéis sociais, centros de acolhida e Vilas Reencontro.

A prefeitura também informou que as ações de assistência social, direitos humanos e segurança alimentar têm crescido ano a ano. Foram R$ 2 bilhões em 2022, R$ 2,7 bilhões em 2023 e R$ 3 bilhões em 2024.

“Em toda a cidade, são cerca de 1.600 agentes da saúde e da assistência social que realizam abordagens diárias e encaminhamento para as mais diversas alternativas de acolhimento social e tratamentos de saúde. Quando necessário, as equipes oferecem ainda a emissão e regularização de documentos. As pessoas em situação de rua podem acessar também 16 Núcleos de Convivência, com mais de 4.402 vagas”, detalhou, em nota.

Em relação à alimentação, a prefeitura destacou a Rede Cozinha Escola, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), que distribui 400 refeições prontas diariamente em cada um dos 65 locais de distribuição espalhados pela cidade. Além disso, a Rede Cozinha Cidadã entrega todo dia 15.600 marmitas, compradas de 78 restaurantes, que são entregues em 44 pontos da capital.

O governo também apontou que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) possui 40 equipes do Consultório na Rua (CnR), das quais seis são do Programa Redenção, para realizar abordagens às pessoas em situação de rua e oferecer acompanhamento de saúde. Desde abril de 2020, foram realizadas cerca de 1,1 milhão de abordagens e mais de 265 mil consultas médicas.

Já o Programa Operação Trabalho (POT) é voltado à população em vulnerabilidade social, com o objetivo de estimular a busca de ocupação, bem como a reinserção no mercado de trabalho, por meio da oferta de qualificação profissional.

“Atualmente, são 14,9 mil beneficiários, distribuídos em 16 projetos, que contam com uma bolsa que varia entre R$ 1.062,54 (20 horas semanais, quatro horas diárias) e R$ 1.593,90 (30 horas semanais, seis horas por dia). Entre as ocupações em frentes de trabalho, estão zeladoria, manutenção e apoio administrativo, ações de busca ativa na rede municipal de ensino, entre outros”, acrescentou a prefeitura.



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