O psicólogo suspeito de adotar gatos e matá-los em ritual macabro foi indiciado 16 vezes por maus-tratos a animais pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Segundo a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA/Cepema), o suspeito, identificado como Pablo Stuart Fernandes Carvalho (foto em destaque), 30 anos, visava gatos tigrados.
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Ele é investigado por praticar experimentos com gatos de uma cor específica, e teria adotado pelo menos 16 felinos em seis meses.
O crime de maus-tratos a animais prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos por cada delito. A DRCA requereu a prisão preventiva do indiciado em de março de 2025, mas o pedido ainda aguarda decisão judicial.
Na manhã desta sexta-feira (21/3), defensoras de animais protestaram em frente ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) cobrando justiça.
Pablo graduou-se em psicologia em uma universidade privada do DF. Em seu currículo Lattes, diz ter experiência com diversos temas na área, principalmente em análise experimental do comportamento.
O suspeito mora em um apartamento no Gama, onde supostamente cuidava dos gatos, e trabalha em uma empresa no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
O que aconteceu:
- O psicólogo procurava protetores de animais pedindo para adotar gatos de pelagem cinza e rajada.
- Um mês após uma adoção, ele inventava histórias para as doadoras afirmando que os bichos haviam sumido e pedia outro animal.
- Entre setembro de 2024 e março deste ano, o suspeito adotou pelo menos 15 gatos, todos da mesma pelagem, sempre com discurso emotivo e convincente para continuar levando os animais para casa, sem que as protetoras desconfiassem da prática do experimento.
- Em um áudio enviado a uma das protetoras, no entanto, ele confessa que havia trabalhado com experimentação animal, o que reforça a tese da prática macabra com os gatos.
- Ainda não se sabe que tipo de experimento o psicólogo fazia com os felinos.



Pablo é suspeito de fazer ritual com gatos tigrados
Material obtido pelo Metrópoles
Pablo Stuart Fernandes Carvalho, 30 anos
Material obtido pelo Metrópoles
Ele adotou pelo menos 15 gatos em seis meses
Material obtido pelo Metrópoles
Uma das protetoras chegou a ir à casa de Pablo, mas não encontrou nada que levantasse suspeita. Para ela, seria difícil praticar maus-tratos a um animal sem que os vizinhos ouvissem.
Investigação
Na semana passada, a Polícia Civil do DF (PCDF) intimou Pablo Stuart a prestar depoimento. Ele foi à delegacia, mas permaneceu em silêncio após orientação de um advogado.
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O delegado-chefe da DRCA, Jônatas Silva, disse ao Metrópoles que é cedo para divulgar hipóteses, mas lamenta pela baixa possibilidade de os gatos ainda estarem vivos. Também não há, neste momento, informações sobre suspeitos de atuarem em conjunto com o psicólogo. As investigações continuam.
O suspeito foi indiciado por crimes contra três de 15 gatos. Cada indiciamento pode gerar pena de até 5 anos de reclusão.
Defesa
Em nota, a defesa de Pablo Stuart Carvalho alega que são “veementemente falsas as acusações relacionadas aos supostos maus-tratos dos gatos”. “Além disso, são rigorosamente falsas as acusações relacionadas a qualquer tipo de ritual ou experimento”, complementa.
O advogado Carlos Duarte, responsável pela defesa do psicólogo, alega que os gatos fugiram porque, “em determinado dia”, Pablo teve “problemas relacionados ao seu quadro de depressão e não percebeu que os gatos fugiram”. “Mesmo após procurar os animais, [o suspeito] não conseguiu recuperá-los”.
“Por fim, o psicólogo sente profundo pesar pelo fato de os gatos terem fugido, mas reitera que jamais maltrataria qualquer animal e se coloca à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos”, encerra o advogado.