O Tesouro Direto movimentou R$ 5,76 bilhões em vendas de títulos públicos em fevereiro de 2025, de acordo com o balanço mensal divulgado nesta sexta-feira (28). No mesmo período, os resgates somaram R$ 3,22 bilhões, sendo R$ 2,99 bilhões em recompras e R$ 219 milhões em vencimentos.
O número de operações também reflete o forte interesse de pequenos investidores: das 656,5 mil vendas registradas no mês, 79% envolveram valores de até R$ 5 mil, com um valor médio por operação de R$ 8.777.
Entre os títulos, o destaque do mês ficou para os papéis indexados à taxa Selic, que representaram 55,1% das vendas totais, seguidos pelos papéis atrelados à inflação (30,9%) e pelos prefixados (14%).
A maior parte das aplicações se concentrou em prazos curtos: 73,3% das vendas foram de títulos com vencimento entre 1 e 5 anos. Apenas 21,8% envolveram papéis com vencimento superior a 10 anos, evidenciando a preferência dos investidores por prazos menores em meio ao cenário de juros elevados.
Estoque em alta e novos investidores
O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 164 bilhões, avanço de 2,6% em relação a janeiro e de 24,8% na comparação com fevereiro de 2024. Os títulos atrelados à inflação são maioria no portfólio (50,5%), seguidos pelos indexados à Selic (37,6%) e prefixados (11,8%).
A base de investidores também cresceu significativamente. O programa contabilizou 251,1 mil novos cadastros em fevereiro, totalizando 31,7 milhões de investidores cadastrados – alta de 14,6% em 12 meses. Já o número de investidores ativos chegou a 3,03 milhões, crescimento de 19,2% no mesmo período.
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Rentabilidade negativa impacta títulos longos
Apesar do crescimento na base de investidores e no estoque, muitos títulos apresentaram rentabilidade negativa no mês, refletindo o impacto do aumento nas taxas de juros do mercado secundário. Entre os maiores recuos, estão o Tesouro RendA+ 2065 (-3,77% no mês e -46,52% em 12 meses) e o Tesouro IPCA+ 2045 (-4,24% no mês e -23,58% em 12 meses).
Na contramão, os títulos Tesouro Selic 2027 e 2029 lideraram os ganhos, com retorno de 0,97% em fevereiro e mais de 11% nos últimos 12 meses.