São Paulo — Em seu pedido de autorização judicial para deflagrar a Operação Sem Descontos, realizada nesta quarta-feira (23/4) contra um esquema de cobrança indevida de mensalidade sobre aposentados e pensionistas do INSS, a Polícia Federal (PF) afirmou que a investigação teve início em dezembro de 2023, a partir das primeiras reportagens do Metrópoles que revelaram a prática.
De acordo com a decisão do juiz Massimo Palazzolo, titular da 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo que autorizou a operação, a PF informou que a investigação teve início a partir da partir de uma notícia-crime na qual “o denunciante relata reportagens do periódico Metrópoles, publicadas em 23/12/2023 e 26/12/2023, que apontam descontos, sem consentimento, nos benefícios de aposentados do INSS, que teriam sido realizados pela Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec)”.


Polícia Federal deflagrou operação por fraudes no INSS
BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão no prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Brasília, na manhã desta quarta-feira (23/4)
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No total, estão sendo cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e outros 6 de prisão, além de ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão
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Os mandados são cumpridos por cerca 700 policiais e 80 servidores da CGU no Distrito Federal
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A investigação tem como alvos pessoas ligadas a entidades, operadores e servidores públicos investigados por cobranças indevidas
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As entidades teriam feito cobranças que alcançaram R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024, segundo a PF
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Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais
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Segundo a PF, o objetivo é “combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões”
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Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais
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Foto da operação da PF, com a CGU, contra descontos irregulares no INSS
MICHAEL MELO/METRÓPOLES
Como mostrou o Metrópoles em uma série de reportagens, essas entidades tinham convênio com o INSS para sobrar mensalidade associativas de aposentados
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A investigação tem como alvos pessoas ligadas a entidades, operadores e servidores públicos investigados por cobranças indevidas
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Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais
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As entidades teriam feito cobranças que alcançaram R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024, segundo a PF
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O argumento da cobrança era sobre vantagens em serviços como plano de saúde, seguro e auxílio-funeral
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Esse tipo de cobrança irregular se iniciou no governo de Jair Bolsonaro (PL), com a autorização de vários convênios com entidades, e perdurou no início do governo Lula (PT)
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A sede do INSS em Brasília e servidores da atual direção são alvo da operação. Também são cumpridos ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e o afastamento de seis servidores
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Na ocasião, o Metrópoles mostrou que essa entidade, uma das 11 que estão sob investigação da PF, era acusada de aplicar descontos de mensalidade associativa sem autorização de aposentados, que acionaram a Justiça para tentar reaver o dinheiro.
Em março do ano seguinte, em nova reportagem, o Metrópoles revelou que 29 entidades autorizadas pelo INSS a cobrar mensalidades tiveram um salto de 300% no faturamento com a cobrança no período de um ano, somando R$ 2,1 bilhões, enquanto respondiam a mais de 60 mil processos judiciais por descontos indevidos.
Nesta quarta, centenas de policiais cumpriram mais de 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em 13 estados e no Distrito Federal. Mais de R$ 1 bilhão em bens foram bloqueados, se seis servidores foram afastados, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.