Vestígios de sangue foram encontrados no carro do empresário Adalberto Júnior, que havia desaparecido na sexta-feira (30/5). O corpo dele foi achado na manhã de terça (3/6) numa área em obras nas proximidades do autódromo. Após o material genético ter sido detectado, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, solicitou uma nova perícia no veículo.
Adalberto não voltou para casa após ter passado o dia com um amigo em um evento de motocicletas no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo.
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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a equipe do DHPP segue empenhada na coleta de depoimentos de familiares, testemunhas e está aguardando a finalização de todos os laudos solicitados. A dinâmica dos fatos e a causa da morte do empresário ainda não foram esclarecidas.
Cronologia do desaparecimento do empresário
Em depoimento à polícia, o amigo que estava com o empresário descreveu como foi o dia em que Adalberto desapareceu. Os dois foram juntos ao evento, em Interlagos.
Amigos há cerca de oito anos, de acordo com o relato, os dois mantinham o mesmo interesse por motocicletas e participavam de um grupo de WhatsApp chamado “Renatinha Motoqueirinha”, no qual organizavam passeios de moto e conversavam diariamente.
Adalberto e o amigo participaram de test drives de motocicletas, das 14h30 às 17h. Em seguida, foram tomar um café em um dos quiosques e passear pelo evento. O empresário, então, teria sugerido que os dois tomassem uma cerveja.
Às 17h15, compareceram a uma ativação de motocross dentro do evento e, às 19h45, foram assistir ao show do cantor Matuê. Durante a apresentação, Adalberto e o amigo teriam usado maconha, adquirida de estranhos pelo próprio empresário no local. Eles beberam cerca de oito cervejas.
Segundo o depoimento do amigo, Adalberto estava alcoolizado e alterado. A combinação da maconha com a cerveja o deixou “mais agitado que o normal”, de acordo com o relato. Não houve brigas, desentendimentos ou qualquer outra situação que pudesse trazer problemas, disse o amigo.
O show acabou às 21h e os amigos se despediram às 21h15. Adalberto alegou que precisava ir embora para jantar com a esposa. O amigo permaneceu no evento, comeu um hambúrguer e tomou refrigerante. Ele disse que deixou o Autódromo de Interlagos às 22h30.
No depoimento, o amigo disse que chegou em casa às 23h e adormeceu. Por volta das 2h de sábado (31/5), recebeu uma mensagem da esposa do empresário, perguntando sobre o paradeiro do marido.
Amigo teve moto roubada após desaparecimento de empresário
No dia seguinte ao desaparecimento de Adalberto, no domingo (1º/6), o amigo que prestou depoimento teve uma motocicleta roubada. Ele contou que foi abordado por quatro indivíduos armados, que estavam em duas motos. Celular e capacete também foram levados.
Corpo de Adalberto foi encontrado
O corpo de Adalberto foi encontrado na Avenida Jacinto Júlio por volta das 10h, em um buraco de 2 metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro. De acordo com a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Ivalda Aleixo, o cadáver não tinha lesões aparentes, vestígios de sangue, ferimentos ou fraturas.
O empresário estava no buraco com um capacete “colocado” na cabeça e as mãos para cima, vestindo nada além de uma jaqueta e a cueca (entenda abaixo). O cadáver ainda tinha muita terra no rosto e nas mãos, em razão de o empresário ter ficado dentro de um vão de uma obra, realizada próximo ao Kartódromo de Interlagos, onde o carro estava estacionado.
Veja:
A diretora do DHPP acredita que Adalberto foi colocado no buraco já morto ou desacordado, pois, segundo ela, não havia sinais de que o empresário tenha reagido ou tentado escalar o local. Ivalda ainda mencionou que a vítima estava a cerca de um metro de profundidade na terra, e que só não estava mais abaixo porque os braços impediram que o corpo descesse.
Sem calça e tênis
- Adalberto Júnior foi encontrado no último de vários buracos de uma obra realizada na região do kartódromo.
- Ele usava um capacete preto e estava com as mãos para cima. Uma delas tinha a aliança de casamento, o que ajudou na identificação do corpo.
- A vítima não apresentava ferimentos, estava com o celular (sem bateria), carteira com dinheiro e alguns documentos no bolso.
- O empresário usava apenas jaqueta e cueca. O restante das roupas não foi localizado.
- A jaqueta tem valor aproximado de R$ 2.500 a R$ 3.000.
- O capacete que ele usava não estava bem preso, apenas “colocado”, como explicou a diretora do DHPP, Ivalda Aleixo.
- Um médico legista que acompanhou as equipes policiais contou que o empresário aparentava estar no buraco de 36 a 40 horas. No entanto, o tempo não condiz com o tempo do desaparecimento de Adalberto – desde a noite de 30 de maio.
- De acordo o DHPP, o corpo apresentava pouco inchaço e, considerando que a vítima desapareceu em 30 de maio, deveria estar em um estágio de decomposição mais avançado do que o observado no momento da descoberta, em 3 de junho.
7 imagens
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A polícia achou corpo de Adalberto próximo ao posto 9 do Autódromo de Interlagos
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Os agentes localizaram o cadáver em um buraco de 2 metros de profundidade e 40 cm de diâmetro
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De acordo com a PM, a vítima estava de capacete, o que dificultou a confirmação da identidade do corpo
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Adalberto Junior estava desaparecido desde a última sexta-feira (30/5)
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O empresário Adalberto Junior com a esposa, Fernanda
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Ele era empresário
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Tinha 35 anos
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O corpo foi encontrado por um dos funcionários da construção, na manhã dessa terça-feira (3/6). Inicialmente, o trabalhador acreditou se tratar de um boneco, já que só conseguia ver o capacete de Adalberto, mas acionou as autoridades mesmo assim. Um inquérito foi instaurado no DHPP, que investiga o caso como morte suspeita.