São Paulo — A Polícia Civil realizou nesta terça-feira (6/5) uma perícia complementar referente à investigação do assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais do jovem em 2019. A ação policial foi feita no local dos fatos, na Estrada do Alvarenga, na zona sul de São Paulo, e não contou com a presença do réu pelo crime Paulo Cupertino Matias.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a ação policial aconteceu em atendimento a um pedido da Justiça. O Metrópoles tentou contato com a corte, mas ainda não obteve retorno. Espaço segue em aberto.
Um júri popular chegou a ser marcado para julgar Cupertino no dia 10 de novembro do ano passado, porém o réu conseguiu adiar o processo ao demitir o advogado de defesa durante o primeiro dia. A atitude do réu fez com que o julgamento fosse cancelado até que ele constituísse uma nova defesa.
Apesar do cancelamento, Cupertino continuou preso cautelarmente.
O crime
- De acordo com denúncia do MPSP, Paulo Cupertino matou o ator Rafael Miguel, que na época tinha 22 anos, o pai dele, João Alcisio Miguel, de 52, e a mãe, Miriam Selma Miguel, de 50, porque não aceitava o namoro do jovem com a filha dele, Isabela Tibcherani, na época com 18 anos.
- Os pais do ator estavam no local porque queriam conversar com Cupertino sobre o relacionamento dos filhos.
- Os assassinatos ocorreram em Pedreira, zona sul paulistana.
- Segundo a denúncia, Cupertino disparou 13 vezes contra as vítimas.
- Paulo Cupertino foi acusado de triplo homicídio qualificado.
- Depois do crime, fugiu para o Mato Grosso do Sul e, em seguida, para o Paraguai.
- Ele foi preso na mesma região onde o crime ocorreu, escondido em um hotel.
Filha de Cupertino
Em depoimento no Tribunal do Júri, Isabela Tibcherani, filha de Paulo Cupertino, afirmou que ele era uma pessoa possessiva e que não aceitava o relacionamento da jovem com o ator Rafael Miguel.
No dia 9 de junho de 2019, ela estava na garagem da casa da família, em Pedreira, na zona sul paulistana, quando o pai atirou 13 vezes contra Rafael e os pais dele.
O ator e os familiares tinham ido até a residência de Isabela para falar com Cupertino sobre o namoro dos jovens, que não era aceito pelo pai da garota, então com 18 anos.
Na época, a jovem revelou que o pai era contra o namoro. Além disso, era possessivo e odiava mulheres. Na época, Isabela se disse surpresa por não ter sido também atingida pelos tiros.
“Ainda não consigo acreditar, mas estou me esforçando. Juro que o máximo que pensei que fosse possível era meu pai sair na mão [briga de socos]. Mas quando eles [Rafael e os pais] chegaram, ele me mandou entrar e começou a atirar”, declarou a namorada de Rafael em 2019.
Como mostrado pelo Metrópoles, ela pediu à Justiça que o pai fosse retirado do plenário do júri durante seu testemunho.
Segundo a promotora Soraia Munhoz, o pedido decorreu do “fundado temor e evidente constrangimento” de Isabela e a mãe dela, Vanessa Tibcherani, estarem no mesmo recinto que Cupertino.