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Por acordo Mercosul-UE, Brasil prepara campanha e conta votos de europeus | Blogs

Como parte do esforço pela ratificação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), até o fim deste ano, o Brasil prepara uma “campanha antidifamação” para evitar que consumidores europeus vejam o agro brasileiro como vilão ambiental.

Embora as autoridades em Brasília vejam um cenário favorável à aprovação do acordo, especialmente após o “tarifaço” promovido por Donald Trump nos Estados Unidos, a leitura é de que não há garantias e de que surpresas podem ocorrer até a reta final.

As incertezas têm levado negociadores a utilizar um aplicativo no celular chamado “Council Voting Calculator”, disponibilizado pela própria UE para simular os votos de cada país do Conselho e projetar possíveis resultados. É normal haver mudanças de um dia para outro, segundo uma dessas fontes.

Maior país do Mercosul, o Brasil prevê momentos sensíveis da negociação ao longo dos próximos meses. Diplomatas avaliam que, enquanto os países apoiadores do acordo são discretos, os contrários fazem barulho, repetindo a versão de que a agricultura brasileira não respeitaria os padrões europeus.

“Nosso trabalho permanente será fornecer informações, explicar a realidade sobre os processos produtivos brasileiros e demonstrar que cumprimos as regras internacionais. Caso contrário não seríamos, já agora, o maior fornecedor do agro para a Europa”, diz o embaixador do Brasil junto à UE, Pedro Miguel da Costa e Silva.

De acordo com ele, isso vai exigir mais energia do governo para “vender” a imagem do Brasil e reforçar as credenciais do país. “É uma tarefa difícil, mas necessária, porque envolve não só a aprovação do acordo, mas a defesa da nossa reputação”, salienta o embaixador.

Para avançar nas tratativas e tentar antever o panorama das próximas etapas, uma comitiva da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), passou a última semana de abril em agendas na Europa.

A missão oficial começou em Portugal, um parceiro histórico do Brasil e um dos países entusiastas do acordo com o Mercosul; passou pela Polônia, que já se manifestou de forma contrária; e terminou na Bélgica, sede da União Europeia, considerada uma incógnita na votação.

A expectativa é de que o Conselho Europeu vote o acordo em setembro, depois das férias de verão no continente. O acordo precisa do apoio de 55% dos países da UE, desde que, juntos, eles representem 65% da população do bloco. A Itália é considerada a fiel da balança – seu posicionamento pode ser crucial para travar ou validar o acordo.

A fase seguinte, prevista para começar em meados de novembro, é a votação no Parlamento Europeu – 720 eurodeputados têm direito a voto e é preciso maioria simples dos presentes. Para fontes do Itamaraty, esse é o ponto mais desafiador. Os parlamentares são considerados mais suscetíveis que os chefes de Estado à pressão do setor agrícola.

Além disso, o período pode coincidir com a época de queimadas no Brasil e com os desafios logísticos da COP30, que ocorre em novembro em Belém (PA). Como o acordo Mercosul-UE inclui cláusulas que preconizam a preservação ambiental e a sustentabilidade das cadeias produtivas, qualquer contratempo nessa temática pode significar um entrave.

“Hoje, para a aprovação do acordo, temos uma oportunidade majorada que talvez não tivéssemos seis meses atrás, antes da guerra comercial”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua. “Mas, se não resolvermos o desmatamento primeiro, vamos ficar pregando no vazio”, reconheceu.

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, deve se reunir com Lula nos próximos dias para repassar o “saldo” da missão na Europa. “Volto muito mais otimista em relação à aprovação do acordo do que estava ao chegar, mas o empenho do presidente pode de fato ser decisivo nessa virada”, afirmou o ex-governador do Acre.

Para Viana, em um mundo polarizado entre os Estados Unidos e a China, o acordo Mercosul-UE pode devolver o protagonismo à Europa. “Com o tarifaço do Trump, não resta à União Europeia muita alternativa senão reforçar seus acordos”, disse o presidente da ApexBrasil.

Anunciado em dezembro de 2024, após 25 anos de negociação, o acordo cria uma área de livre comércio para cerca de 718 milhões de pessoas, envolvendo cifras na casa dos US$ 22 trilhões.

Atualmente, o texto está sendo traduzido para os 23 idiomas falados na União Europeia e passando por uma revisão jurídica, que não muda os termos negociados.

*A analista Luísa Martins viajou a convite da Apex Brasil

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