Em entrevista à CNN na noite desta quarta-feira (26), o estrategista-chefe da BGC Liquidez, Daniel Cunha, disse que é necessário baixar o custo da dívida do Brasil para que o grau de investimento seja retomado no país.
“Se eu fosse dar um resumo, eu diria que a gente precisa baixar o custo da dívida. Uma coisa é o nível da dívida, outra é o custo de financiamento e de carrego dessa dívida”, afirmou Cunha.
“Hoje temos uma taxa real entre 5,5% e 6%. Com isso, nossa dívida dificilmente vai ser percebida como sustentável”, disse.
“Para baixar esse custo a gente precisa devolver uma trajetória de confiança na dinâmica das contas públicas no país”, acrescentou.
O especialista destacou ainda que o caminho para a retomada do selo de investimento do Brasil pelas agências de risco é um caminho longo.
“Precisamos falar de reformas, o Haddad acertou nisso. Precisamos elencar principalmente as que tendem a endereçar o comportamento de despesas da União e as que tendem retomar a produtividade”, comentou.
Cunha afirmou que as agências de risco costumam demorar para adequar a nota dos países.
“Essas agências de risco se movem devagar. Então, do patamar que a gente estava, já podíamos ter tido antes essa revisão. Mas é uma chancela do bom momento do governo ”, concluiu.
A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou de “BB-” para “BB” a nota de crédito do Brasil nesta quarta-feira (26). Com isso, o país fica a “dois passos” de atingir o chamado “grau de investimento”, que abarca os países com classificação entre “BBB” e “AAA”, nota máxima, o chamado triple A.
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*Publicado por Amanda Sampaio