Um grupo de professoras do Centro Educacional Unificado (CEU) José Saramago, na zona sul de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, protestou, na tarde desta quinta-feira (22/5), por segurança durante o trabalho.
Os docentes foram para frente da unidade de ensino com cartazes pedindo por mais segurança nas salas de aulas e, aos gritos, cobravam as autoridades por agressões sofridas “todos os dias”.
Veja:
Uma das professoras que participou do movimento pediu auxiliares de inclusão e um chamamento de concurso para profissionais especializados no tratamento de crianças neuroatípicas. O Metrópoles apurou que a unidade de saúde costuma receber crianças com essas condições, mas que não tem apoio estrutural ou cursos especializados para oferecer uma educação adequada.
Segundo as docentes, as salas de aula estão superlotadas, com 35 alunos cada. Além disso, elas dizem que cada sala tem cerca de cinco crianças neuroatípicas com laudo, mas sem uma assistente terapêutica e, apenas uma professora, sem estrutura para dar uma atenção adequada.
Além disso, os manifestantes também expõem que a terapia oferecida pela escola a esses alunos não atende a demanda. “São duas, três crianças em uma sala com um terapeuta”.
“Nós não tratamos CID [Classificação Internacional de Doenças]. Tratamos o ser humano. Nós alfabetizamos e cuidamos”, disse uma das professoras.
A reportagem apurou que os relatos de agressões sofridas pelas professoras já ocorrem desde 2022, mas que se acentuaram no ano passado e chegaram ao limite neste ano.
“Ninguém viu o aluno que cuspiu na cara do professor? Ninguém viu o aluno que bateu no professor? Ninguém viu o aluno que empurrou o professor da escada? Isso ninguém viu? Isso ninguém vê? É isso que a gente precisa”, disse outra manifestante.
Segundo elas, as agressões físicas partem dos próprios alunos. Já os ataques verbais e ameaças costumam vir dos pais dessas crianças.


O protesto das professoras começou dentro do CEU José Saramago, na zona sul de Osasco
Arquivo pessoal
As professoras relatam agressão diariamente
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O protesto das professoras foi rápido e pedia por segurança nas salas de aula
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Docentes também foram para rua exibir os cartazes com frases de protesto
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As professoras realizaram o protesto pedindo segurança na tarde desta quinta na frente do CEU José Saramago
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Professoras pedem mais auxílio no dia a dia com crianças atípicas
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Docentes disseram ao Metrópoles que são agredidas fisicamente pelos alunos e verbalmente pelos pais deles
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Professores reclamam de falta de estrutura para atender crianças neuro atípicas nas salas de aula
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Segundo as professoras, as docentes sofrem agressões todos os dias
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Professores protestam com cartazes pedindo segurança nas salas de aula
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As docentes contaram à reportagem que reclamam rotineiramente sobre a situação enfrentada, mas que não são atendidas pela Secretaria da Educação de Osasco.
Em nota enviada ao Metrópoles, a pasta afirmou que convocou uma reunião para a próxima sexta-feira (23/5) para debater as pautas apresentadas pelas professoras. O encontro vai contar com representantes da secretaria, a direção do CEU (incluindo docentes da creche, Emei e Emef), além da Corregedoria da Secretaria, Supervisão de Ensino, Gerência de Educação Inclusiva e a Associação dos Professores de Osasco (APOS).
A pasta não retornou sobre episódios de violência específicos que teriam motivado o protesto.