Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (30) mostra que 38% dos brasileiros avaliam de forma negativa a atuação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área de segurança pública.
Por outro lado, 25% consideram a atuação positiva, enquanto 32% classificam como regular e 5% não souberam ou preferiram não responder.
Segundo o levantamento, a região Sul foi a que mais avaliou negativamente a segurança pública no governo Lula, com 42% de avaliação negativa. Pela margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, há um empate técnico com a região Sudeste (41%).
Já o Nordeste apresentou, isoladamente, o maior percentual de avaliação positiva, com 33%. Veja os resultados por regiões:
Nordeste
- Positiva: 33%
- Regular: 31%
- Negativa: 33%
- Não sabem/Não responderam: 3%
Sudeste
- Positiva: 22%
- Regular: 32%
- Negativa: 41%
- Não sabem/Não responderam: 5%
Sul
- Positiva: 19%
- Regular: 32%
- Negativa: 42%
- Não sabem/Não responderam: 7%
Centro-Oeste
- Positiva: 28%
- Regular: 31%
- Negativa: 36%
- Não sabem/não responderam: 5%
A pesquisa também avaliou a percepção da população sobre a atuação dos governos estaduais na área de segurança pública:
- Positiva: 36%
- Regular: 29%
- Negativa: 28%
- Não sabem/Não responderam: 7%
A pesquisa foi realizada entre os dias 27 e 31 de março, com 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros acima de 16 anos. O nível de confiança do levantamento é de 95%.
PEC da Segurança
A segurança pública tem sido um dos principais desafios do governo Lula. Para tentar melhorar a percepção da população sobre o tema, o Executivo enviou ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.
A proposta, elaborada pela equipe do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, busca unificar o combate ao crime organizado por meio de ações coordenadas entre União, estados e municípios.
Um dos pontos centrais do texto é a inclusão do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) na Constituição Federal. Essa é uma das polêmicas do texto. Parte dos governadores e da oposição afirmam que a medida interfere na autonomia dos estados sobre a segurança pública.
A primeira versão da PEC, apresentada no ano passado, enfrentou resistência de governadores e prefeitos, que temiam a perda de autonomia na gestão das forças de segurança locais. Em janeiro deste ano, uma nova versão foi apresentada e, em abril, o texto foi novamente ajustado, incluindo as guardas municipais.
Mesmo com as alterações, a proposta ainda enfrenta resistência de parlamentares da oposição. O texto começará a ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, sob relatoria do deputado Mendonça Filho (União-PE).
Apesar de ser vice-líder da oposição, fontes ouvidas pela CNN afirmam que Mendonça Filho é considerado um nome aberto ao diálogo.
O relator pretende realizar audiências públicas para discutir o texto, começando com a convocação do ministro Lewandowski. Governadores das cinco regiões brasileiras também devem ser convidados a participar das discussões.