Os fundos imobiliários são quase sinônimos de renda passiva. Quem quer investimentos de longo prazo para lucrar com dividendos geralmente procura a classe, além das ações de empresas de energia, bancos ou óleo e gás. Mas qual o valor necessário para gerar dividendos suficientes para cobrir o pagamento de um aluguel residencial? O InfoMoney foi atrás da resposta.
Primeiro, é preciso estabelecer o valor do aluguel. O último Índice FipeZAP, que mede o valor das locações residenciais em 36 cidades brasileiras, mostrou um preço médio de R$ 48,66 por metro quadrado. Entre as capitais, São Paulo tem o preço médio mais alto (R$ 60,45/m²), enquanto Teresina tem o mais baixo (R$ 23,38/m²), mas a média nacional já é suficiente para gerar uma simulação fiel à realidade de todo o País.
Leia também: Quantos bilhões você teria hoje se tivesse investido R$ 10 mil em Bitcoin há 15 anos?

Portanto, a locação de um imóvel de 80 metros quadrados custa, em média, R$ 3.892,80 por mês no Brasil. Para 100 metros quadrados, o valor sobe para parcelas de R$ 4.866, enquanto a locação de imóveis de 120 metros quadrados gira em torno de R$ 5.839,20 mensais.
Para calcular a alocação necessária em fundos imobiliários para gerar esse montante, é preciso verificar o dividend yield (rendimento apenas com os dividendos, desconsiderando valorização ou desvalorização das cotas, DY) dos papéis que compõem o IFIX, índice que acompanha o desempenho dos FIIs.
Em abril, o DY médio desses fundos foi de 1,07%. O cálculo, portanto, considera manutenção desse retorno, mas é importante lembrar que não há como prever com precisão o retorno com dividendos dos FIIs daqui para frente.
Continua depois da publicidade
Com esses parâmetros em mãos, Priscilene Nunes, analista da Ticker Research, calcula que um investimento de R$ 545,7 mil em uma carteira que replica o IFIX seria suficiente para garantir dividendos que cobrem o aluguel mais caro da lista, de 120 metros quadrados. Confira:
Área do imóvel | Custo médio do aluguel | Investimento necessário em FIIs |
80 m² | R$ 3.892,80 | R$ 367.551,40 |
100 m² | R$ 4.866,00 | R$ 454.766,35 |
120 m² | R$ 5.839,20 | R$ 545.719,62 |
Como encontrar os melhores fundos imobiliários?
Os indicadores de retorno são importantes para analisar o desempenho dos FIIs no passado, mas o investidor deve sempre se preocupar com o futuro do fundo. Para identificar boas oportunidades nos fundos de tijolo – que investem em imóveis reais, como galpões logísticos e lajes corporativas –, é preciso se atentar à diversificação das carteiras, recomenda a especialista.
Nos fundos de papel, que investem em títulos de dívida ligados ao setor imobiliário, além da diversificação, é essencial avaliar a capacidade de pagamento dos devedores.
Continua depois da publicidade
Esses fundos de papel são considerados atrativos atualmente pela analista, mas ela recomenda cautela na seleção, já que alguns dividendos robustos podem esconder altas taxas de inadimplência que vão impactar o portfólio no futuro. Com os juros altos e incertezas no radar, Nunes indica fundos que investem em ativos com notas de crédito regulares ou altas.
Leia também: IR 2025 no InfoMoney: veja o tutorial de como declarar Fundos Imobiliários
Para construir uma carteira equilibrada, ainda é preciso se preocupar com a diversificação do portfólio. Uma carteira de fundos imobiliários saudável tem entre 10 e 20 ativos, sem a necessidade de incluir todos os segmentos de FIIs, segundo a analista da Ticker Research.
Continua depois da publicidade
Por fim, a especialista recomenda se concentrar nos fundamentos dos ativos para decidir sobre mudanças no portfólio. Os fundos imobiliários são instrumentos de longo prazo e valorizações ou quedas em um período curto não devem justificar mudanças, exceto quando acontecem pela deterioração de algum fundamento.