São Paulo — A Polícia Civil identificou pouco mais de R$ 9,6 bilhões em fluxos financeiros provenientes de lavagem de dinheiro em 2024. O número é mais que o dobro do total apurado em 2023.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o valor foi identificado pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAb-LD) das autoridades de São Paulo. No ano retrasado, o total de fluxos financeiros ilícitos identificados foi R$ 4,5 bilhões, 113% a menos do que em 2024.
De acordo com a pasta, os criminosos utilizam empresas de diversos ramos consideradas legítimas — como posto de gasolina, hotéis e concessionários de veículos — para ocultar a origem ilegal do dinheiro.
A equipe constatou que os investigados expandiram a atuação para diferentes ramos na tentativa de lavar o dinheiro proveniente do crime organizado.
“Seguir o dinheiro”
- Segundo a SSP, a equipe do laboratório especializado rastreia e identifica a origem real do dinheiro, que de acordo com o departamento, é proveniente de crimes como estelionato, tráfico de drogas, corrupção e outros.
- A pasta diz que para chegar aos criminosos o lema dos agentes envolvidos é “seguir o dinheiro”.
- A equipe do Lab-LD, que conta com mais de 30 agentes, tenta identificar o crime nas “entrelinhas”, com muitas análises e investigações até chegar ao “ponto de partida”, ou seja, a ação que realmente fez os investigados a enriquecerem tão facilmente.
Para onde vai o dinheiro recuperado?

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Departamento é composto por mais de 30 agentes e segue o dinheiro
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O dinheiro desviado foi identificado pelo Lab-LD
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A Secretaria afirmou que o Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro trabalha em conjunto com o program Recupera-SP e destina os recursos apreendidos com o crime organizado para o fundo estadual de segurança pública.
Segundo a pasta, os valores são revertidos em investimentos como aquisição de equipamentos, aprimoramento de tecnologias e infraestrutura.
“O LAB-LD realiza as medidas de inteligência financeira e no suporte geral às unidades policiais, analisando as evoluções patrimoniais dos investigados e outros dados de interesse. Após o encerramento dessas investigações, durante a ação penal, caso os valores bloqueados, bens arrestados ou sequestrados sejam perdidos em favor do Estado, por decisão judicial, o Recupera-SP tem a incumbência de auxiliar na incorporação deste patrimônio”, explica o delegado Lawrence Tanikawa, do Grupo Setorial de Planejamento, Orçamento Finanças Públicas da SSP.
Um decreto publicado em setembro do ano passado permite a ação.