Dentre as testemunhas que depuseram ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23) no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado no país, o ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes, ameaçou prender uma: o ex-presidente da Câmara e ex-ministro Aldo Rebelo (MDB).
Rebelo foi questionado sobre uma reunião em que o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier teria colocado suas tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após a derrota na eleição de 2022.
A resposta incomodou Moraes, que ameaçou prendê-lo por desacato.
Quem é Aldo Rebelo
Natural de Viçosa, interior de Alagoas, José Aldo Rebelo Figueiredo nasceu em 23 de fevereiro de 1956.
É escritor e jornalista. Em 2024, lançou o livro “Amazônia – A Maldição de Tordesilhas”, que versa sobre a história e os desafios da região não só no contexto ambiental, mas também geopolítico.
Apesar de ter nascido em Alagoas, Aldo foi deputado federal por seis mandatos consecutivos representando o estado de São Paulo.
Sua primeira candidatura foi em 1982, quando concorreu para deputado federal pelo PMDB, já que o PCdoB, seu então partido, continuava na clandestinidade pela ditadura militar. Não foi eleito, mas prosseguiu na militância de esquerda.
Em 1984, fez parte da campanha “Diretas Já”, que tinha como objetivo a volta das eleições diretas para a Presidência da República. Em 1989, foi eleito vereador na cidade de São Paulo, já pelo PCdoB.
A partir de 1991, foi eleito para cinco mandatos consecutivos para a Câmara dos Deputados. É autor da lei que instituiu 20 de novembro como o dia Nacional de Zumbi dos Palmares, enviada ao Congresso em 1995. Também foi relator do Código Florestal brasileiro.
Foi eleito presidente da Casa em setembro de 2005 e seguiu no cargo até fevereiro de 2009.
Antes, chegou a pedir licença do posto para assumir a Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No governo de Dilma Rousseff (PT), Rebelo foi ministro do Esporte, entre 2011 e 2015; ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre janeiro e outubro de 2015; e ministro da Defesa, entre outubro de 2015 e maio de 2016.
Após a saída do governo federal, deixou o PCdoB em 2017 e se filou ao PSB. A partir de 2018, foi para o Solidariedade, onde foi cotado como pré-candidato à Presidência da República, o que não se concretizou.
Em 2022, se filiou ao PDT e concorreu ao Senado por São Paulo, ficando em oitavo lugar com 1,07% dos votos válidos.
Hoje, é filiado ao MDB e no último ano foi secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Ricardo Nunes (MDB).