O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Roberto Lupi, 67 anos, comandou a pasta desde 3 de janeiro de 2023. Ele também é presidente nacional do PDT (Partido Democrático Trabalhista), assumido em 21 de junho de 2004, após a morte de Leonel Brizola, fundador do partido – atualmente está licenciado da função.
Ele pediu demissão da pasta nesta sexta-feira (2), após reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lupi já exerceu os cargos de ministro do Trabalho e Emprego, secretário de Transportes da Prefeitura do Rio de Janeiro, deputado federal e foi o primeiro suplente do senador Saturnino Braga, antes de assumir a presidência do PDT.
Natural de Campinas (SP), Lupi se mudou ainda na infância para o Rio de Janeiro, onde construiu sua carreira política.
O ministro nasceu em 1957 e, ainda na juventude, trabalhou como jornaleiro, quando conheceu Leonel Brizola e o ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT), em 1980.
Lupi é formado em Administração, com licenciatura plena em Administração, Economia e Contabilidade, pelo Centro Educacional de Niterói (FACEN).
Entre 1983 e 1987, Lupi foi coordenador-geral das regiões administrativas da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Em 1988, ocupou o cargo de assessor especial do prefeito. Dois anos depois foi eleito deputado federal pelo estado, licenciando-se logo em seguida para assumir a Secretaria Municipal de Transportes do Rio.
Carlos Lupi foi vice-líder do PDT na Câmara dos Deputados, tesoureiro e vice-presidente nacional do partido. Em julho de 2004, assumiu a presidência nacional do PDT, cargo que ocupa até hoje.
Foi membro do Conselho de Administração do BNDES, presidente do Conselho Curador do Fundo de Amparo ao Trabalhador e do Conselho Curador do FGTS. É membro do Conselho de Administração da multinacional Tupy S.A e Ministro da Previdência Social.
Em março de 2007, assumiu o Ministério do Trabalho e Emprego e permaneceu no cargo até dezembro de 2011. Em 2017, foi conduzido ao cargo de vice-presidente da Internacional Socialista (IS), que reúne partidos progressistas de todo o mundo e tem o PDT como único participante brasileiro, cargo que ainda ocupa na atualidade.
Em 2023, Lupi foi escolhido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser ministro da Previdência Social e escolheu Alessandro Stefanutto para presidir o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Stefanutto se demitiu após a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagrarem uma operação, na última quarta-feira (23) contra um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.
De acordo PF, foram identificados descontos associativos em aposentadorias e pensões que não foram autorizados. Esses valores são pagos mensalmente a entidades e sindicatos que representam os aposentados e pensionistas.
As entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024, segundo os cálculos dos investigadores.
Entenda a polêmica do INSS
A Polícia Federal identificou descontos associativos em aposentadorias e pensões que não foram autorizados. Os valores são pagos mensalmente a entidades e sindicatos que representam os aposentados e pensionistas.
Por conta da operação, foram afastados cinco servidores do INSS e um policial federal por determinação judicial. Um deles era Alessandro Stefanutto.
De acordo com atas de uma reunião realizada com uma conselheira, em junho de 2023, Carlos Lupi foi alertado sobre indícios de irregularidades em descontos na folha de pagamento de aposentados.
Em reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), presidido por Lupi, uma das conselheiras, Tonia Galleti, solicitou que fosse incluída na pauta uma discussão sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das entidades que possuem desconto de mensalidade junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Tonia era representante dos aposentados e pensionistas no conselho, que se reúne mensalmente.
Segundo a ata da reunião, o pedido foi negado, pois a pauta já estava elaborada. A conselheira então reforçou o pedido, alegando que havia “inúmeras denúncias feitas”.
Ela solicitou ainda que fosse apresentada a quantidade de entidades que possuem ACTs com o INSS, a curva de crescimento dos associados nos 12 meses anteriores e uma proposta de regulamentação que garantisse maior segurança para trabalhadores, INSS e órgãos de controle.
De acordo com a ata, Lupi registrou que a solicitação era “relevante”, mas não haveria condições de atendê-la imediatamente, pois seria necessário “um levantamento mais preciso”.