Foi extraditado ao Brasil o colombiano Libardo Antonio Gonzalez Diaz (foto em destaque), acusado de participar de um audacioso furto milionário em uma joalheria de um shopping de Fortaleza, no Ceará. O crime, ocorrido em junho de 2021, resultou na subtração de joias e relógios avaliados em cerca de R$ 9 milhões.
Libardo, que estava na lista vermelha da Interpol, foi capturado na Colômbia e chegou ao Brasil sob escolta da Polícia Federal no último dia 8 de maio. Ele é o terceiro colombiano extraditado no âmbito dessa investigação, que envolve um grupo criminoso internacional com atuação em diversos países e uso de tecnologia de ponta para práticas furtivas.
Segundo a Polícia Civil do Ceará (PCCE), Libardo era um dos responsáveis por dar cobertura durante o furto, junto a outros dois conterrâneos: Jefferson Geovanny Ortiz Gonzalez e Andrés Manuel López Pataquiva. Este último foi preso em setembro de 2021, no Paraguai, ao lado da esposa, enquanto tentava deixar o país. Ele já havia cumprido pena por furto qualificado na Tailândia.
Ação calculada e tecnologia avançada
De acordo com a investigação, o trio se hospedou em Fortaleza 15 dias antes do crime, tempo que usaram para mapear alvos em shoppings da região metropolitana. O grupo então arquitetou o ataque à joalheria no bairro Edson Queiroz com uso de equipamentos de alta tecnologia, incluindo:
• Dispositivos de clonagem de controle remoto, para abrir portas vizinhas sem disparar alarmes.
• Jammers: bloqueadores de sinal usados para impedir o funcionamento de alarmes via rádio e celulares nas imediações.
• Uniformes falsos, semelhantes aos usados por funcionários do shopping, para evitar suspeitas.
A ação durou cerca de 40 minutos. Os criminosos acessaram a joalheria após perfurar paredes de uma loja vizinha, colocaram os produtos em mochilas e deixaram o local caminhando, sem levantar suspeitas.
Prisão
Gonzalez Diaz, considerado de “ameaça moderada” pela Interpol, já havia sido deportado dos Estados Unidos. Ele foi preso na Colômbia em março deste ano. Devido à sofisticação do crime, a Interpol publicou não só uma difusão vermelha, mas também uma difusão roxa, voltada a casos com técnicas criminosas inéditas ou perigosas.
Atualmente, ele encontra-se custodiado em presídio federal na Região Metropolitana de Fortaleza, à disposição da Justiça cearense. O processo corre sob sigilo judicial.
A prisão de Libardo foi possível graças à cooperação entre a Polícia Civil do Ceará, a Polícia Federal, a Interpol e o Comando Tripartite, que integra forças de segurança do Brasil, Paraguai e Argentina.