A Renault comemora os 70 anos da fábrica em Santa Isabel (Argentina) e realizou um evento para celebrar, mostrando o conceito Niagara pela primeira vez no país. A futura picape intermediária da empresa será lançada em 2026 e agora a fabricante dá algumas informações sobre o que podemos esperar da versão de produção.
O site Motor1 Argentina conversou com Daniel Nozaki, diretor do centro de design da Renault para América Latina, que falou um pouco sobre a picape. Segundo Nozaki, a ideia é deixar a caminhonete o mais próximo possível do protótipo, resolvendo apenas algumas limitações que não existem na hora de criar um conceito, como o tamanho dos pneus, ou a posição do estepe – no protótipo, ele ficava dentro da caçamba e será movido para debaixo dela no modelo final.
Nozaki ainda adiantou o posicionamento da picape. Ao invés de substituir a Oroch, hoje a mais barata da categoria, a Niagara ficará no extremo oposto, ao menos em termos de refinamento. “A Niagara será uma picape com materiais de alta qualidade, buscando um posicionamento mais premium e estabelecido, até acima da Fiat Toro e Ram Rampage.
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Para isso, a caminhonete irá compartilhar diversos componentes com o novo SUV médio da Renault, que estreará este ano e pode ser batizado como Boreal. O designer diz que a Niagara estará mais perto do utilitário médio do que do Kardian. Por usar a mesma plataforma RGMP, irá compartilhar peças e módulos com os dois SUVs.
Apesar de ser considerada, em geral, como uma sucessora da Oroch, Nozaki fez questão de deixar claro que a Niagara não terá nada a ver com a picape vendida atualmente, afirmando que a Oroch é “um modelo que faz parte do passado da Renault”. A fabricante está trabalhando para mudar o seu posicionamento no Brasil, se afastando de carros baratos para oferecer modelos mais refinados e caros.
Este posicionamento da Niagara foi pensado desde o começo. Nozaki explica que a picape nasceu como um “veículo premium com caçamba” e que muitos pensavam que seria um modelo voltado para o trabalho, inclusive a matriz da empresa na França. “A base de clientes neste segmento mudou”, disse o designer, “fizemos testes com potenciais clientes no Brasil, comparando a Niagara com Fiat Toro e outras picapes de meia tonelada, picapes médias e picapes-chassi. Nosso veículo foi a primeira escolha entre os pesquisados, superando até as de uma tonelada.”
Com a picape já totalmente desenhada, agora a Renault trabalha nos passos que envolvem a parte industrial e todos os aspectos técnicos. Espera-se que tenha o motor 1.3 turbo que já equipa o Duster e estará no novo SUV médio, gerando 163 cv e 25,5 kgfm. Nozaki diz que a picape será eletrificada em um segundo momento, deixando claro que não terá uma versão elétrica. A Renault tem planos para introduzir um sistema híbrido no Brasil nos próximos anos. Também terá uma versão 4×4.