São Paulo – Condenada à prisão em regime fechado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse nesta quinta-feira (15/5) que não esperava acolhimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No entanto, segundo a parlamentar, os filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo, demonstraram apoio à deputada. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também teria acolhido Zambelli.
“De um tempo para cá, eu não esperava ser acolhida. Numa situação, como a que a gente está, é difícil você esperar o acolhimento das pessoas. Mas eu sei que eu tenho acolhido a família. A Michelle já me procurou, Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro já comentou meu caso”, disse Zambelli.
Leia também
-
São Paulo
“Não sobreviveria à cadeia”, diz Zambelli após condenação a 10 anos
-
Brasil
STF tem unanimidade para condenar e cassar Carla Zambelli. E agora?
-
Brasil
Dino: decisão do STF sobre Ramagem não fere separação de Poderes
-
Igor Gadelha
Barroso sobre recurso de Ramagem: “Quando voltar, vou cuidar disso”
Na quarta-feira (14/4), Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e por ter participado da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) junto com o hacker Walter Delgatti Filho, também condenado pelo crime. Eles teriam publicado um mandado de prisão falso do ministro do STF Alexandre de Moraes, assinado pelo próprio magistrado.
Em março, os ministros do STF já haviam formado maioria para condenar Zambelli por 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto por porte ilegal de arma porque apontou uma arma e perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo, na véspera das eleições de 2022.
A deputada ainda foi condenada, em janeiro, à cassação em uma ação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A ação por desinformação eleitoral foi movida pelo PSol.
“Sinal verde” do Hugo Motta
A deputada ainda disse que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), teria dado “sinal verde” para colocar em votação a suspensão da ação penal que condenou Zambelli. Segundo a parlamentar, Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, recebeu o aceno de Motta.
A ideia seria uma medida semelhante ao que foi feito com o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). A defesa de Zambelli, inclusive, pediu que o julgamento no STF fosse interrompido, mas a solicitação já foi recusada pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão será contestada na próxima semana.