A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) afirmou nesta quinta-feira (10) que o avanço do processo contra Glauber Braga (PSOL-RJ) no Conselho de Ética é uma perseguição ao partido. “É um processo explícito de perseguição, um processo antidemocrático”, disse a parlamentar.
Na quinta-feira (9), o Conselho de Ética da Casa aprovou por 13 votos a cinco o parecer que pede a cassação de Glauber por quebra de decoro parlamentar. Agora, o deputado poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara antes do processo ser levado ao plenário.
Sâmia, que é companheira de Glauber, participou de um ato ecumênico em solidariedade ao deputado nesta quinta. O parlamentar tem feito greve de fome e prometeu permanecer em um dos plenários da Casa até o fim do processo.
Nesta quinta, a deputada afirmou que o pedido de cassação foi “desproporcional”, já que outros parlamentares acusados no Conselho de Ética ao longo dos últimos meses receberam sanções mais brandas.
Sâmia também mencionou o processo que pede a cassação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), que tramita há um ano e ainda não foi analisado pelo plenário.
“É absolutamente desproporcional a pena de perda de mandato. Afinal de contas, temos aqui parlamentares, um deles Chiquinho Brazão, que se encontra preso desde o ano passado e foi o mandante do assassinato de Marielle Franco, e que até hoje o plenério da Câmara não teve a dignidade de pautar sua cassação”, disse.
Próximos passos
O deputado poderá recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Se a CCJ rejeitar o recurso, o processo será encaminhado para o plenário, onde a cassação deverá receber ao menos 257 votos para ser aprovada.
Glauber é acusado de empurrar e expulsar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso Nacional durante uma confusão em 2024. Na ocasião, o parlamentar chegou a chutar o homem.
Na última semana, o relator do processo no Conselho de Ética, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), leu o parecer que pede a cassação de Glauber. No relatório, Magalhães afirma que Glauber “extrapolou dos direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”.