O sargento da Polícia Militar (PM) Samir Carvalho, que matou com tiros e 51 facadas a esposa, Amanda Fernandes Carvalho, em Santos, no litoral de São Paulo, já tinha agredido a filha. Também atingida por dois disparos no dia do feminicídio, a criança, anteriormente, levou chutes e tapa no rosto, segundo depoimento da avó. A idosa contou à Polícia Civil sobre a agressividade do genro.
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Atuação da PM no dia do feminicídio
- Após o acionamento da Polícia Militar (PM) feito pela recepcionista da clínica, dois agentes foram ao local, antes mesmo do crime ocorrer.
- Na unidade de saúde, os dois PMs encontraram o sargento do lado de fora, enquanto a mulher e a filha estavam trancadas dentro do consultório.
- Depois de uma pré-averiguação, os agentes concluíram que Samir Carvalho estava desarmado, após ele ter levantado a blusa que usava. Com isso, os PMs pediram para o médico abrir a porta.
- No momento em que o consultório foi aberto, o sargento pegou a arma que estava em uma sala vizinha e disparou pelo menos 10 vezes.
- Os policiais já estavam deixando o local quando ouviram os disparos. Eles voltaram e encontraram Samir no local do crime e Amanda morta. Ele foi preso em flagrante.
Reconstituição do crime
A Polícia Civil fez, nessa quinta-feira (22/5), a simulação do crime. “Nós fizemos a reconstituição, o Samir disse que não se recordou. As armas, na realidade, estavam com ele”, disse a delegada Deborah Lázaro, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos.
Ambos os agentes envolvidos na ocorrência estão sendo investigados por um inquérito policial militar (IPM). “Os outros policiais dizem que o que os levou a demorarem para entrar na sala onde estava ocorrendo o crime é que a secretária teria ficado naquele pequeno espaço, um corredor, e isso fez com que ela tivesse na linha de fogo. Então, por isso, eles recuaram um pouco para não acertá-la”, completou a delegada.
Quem era Amanda
Amanda Fernandes Carvalho tinha 42 anos quando foi morta pelo marido, com o qual tinha dois filhos, sendo um deles a menina de 10 anos também atingida por tiros. Ela também tinha um filho de 17 anos, fruto de outro casamento.
Amanda mantinha uma vida bem pública nas redes sociais e fazia questão de mostrar em um dos perfis que era casada com Samir e mãe de três filhos, os definindo como os “motivos de viver”.
Ela era sócia de uma empresa de logística com sede na cidade de Santos, mas já atuou no ramo da publicidade. A mulher chegou a participar de um vídeo comercial de uma marca de cerveja. Além disso, era apaixonada por vôlei e inclusive fundou o time misto da empresa em que trabalhava, que competia em torneios da modalidade na região.