Os bloqueios de vias são uma afronta às autoridades e apinham a entrada em comunidades do Rio de Janeiro. Com a determinação do Comando Vermelho (CV), a maior facção do estado, “soldados” têm construído barricadas de concreto armado para evitar a entrada dos blindados das polícias Militar (PMRJ) e Civil do estado (PCRJ).
As barreiras evitam o ingresso das forças policiais no coração de comunidades tomadas por narcoterroristas – como os faccionados do CV são chamados pelas autoridades cariocas. Em todo o ano passado, elas removeram mais de 7 mil toneladas das estruturas erguidas pelos criminosos.
Veja imagens:



Barricadas levantadas pelo CV no Rio de Janeiro
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Situação que impede a livre circulação e isola os moradores
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CV ameaça moradores por conta de barricadas
A expansão territorial e o controle de comunidades inteiras, sempre imposto por meio do medo e à revelia do poder público, tornou-se prioridade para o CV.
Ganhar terreno é estratégico para a facção, que precisa ampliar o território e explorar o fornecimento de serviços básicos, como de internet – com o sinal clandestino chamado de “CVNet” –, de transporte alternativo e de gás de cozinha.
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Recentemente, moradores do bairro do Éden, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense (RJ), relataram que uma das principais avenidas a área – a Ana Brito da Silva – está totalmente bloqueada por barricadas erguidas pelos traficantes.
A situação impede a livre circulação da população e isola moradores do bairro, que chegam a ser intimidados pelos criminosos com frases como: “Se tirar a barricada, leva bala”.
Moradores vivem pesadelo
Testemunhas contaram à coluna Na Mira que os serviços básicos estão interrompidos. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel Urgente (Samu), por exemplo, não entram mais na comunidade.
O caminhão de coleta de resíduos e os motoristas de aplicativo se recusam a trabalhar na região. A população enfrenta o isolamento com medo e sem assistência.
A situação é tão grave que não é possível comprar eletrodomésticos ou materiais de construção, pois as entregas não chegam mais ao bairro.
Assim, moradores estão impossibilitados de reformar casas, renovar móveis e até de receber encomendas.