São Paulo — Insatisfeito com as entregas da Secretaria de Políticas para as Mulheres, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) irá demitir a titular da pasta, Valéria Bolsonaro (PL), até o fim deste ano.
Tarcísio tem cobrado um melhor desempenho de Valéria desde o ano passado e só está esperando a abertura de uma vaga na Assembleia Legislativa (Alesp) para efetivar a demissão da secretária, que é deputada estadual licenciada.
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Isso porque a cadeira de Valéria no Parlamento paulista é ocupada atualmente pelo suplente André Bueno (PL), cujo desempenho tem agradado aliados do Palácio dos Bandeirantes.
A ideia é que ela só volte a ocupar o seu lugar quando Bueno tiver uma outra vaga garantida na Alesp — o que deve acontecer em novembro, após a indicação do líder do PL, Carlos César (PL), para uma cadeira de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).






Valéria Bolsonaro é esposa do primo de segundo grau do ex-presidente Jair Bolsoanaro (PL)
Divulgação
A posse de Valéria Bolsonaro aconteceu como secretária estadual de Políticas para as Mulheres em maio de 2024
Karine Santos / Governo do Estado de SP
Durante seu mandato de deputada, Valeria Bolsonaro participou de uma mobilização para a punição do seu colega Fernando Cury (Cidadania) por importunação sexual contra a deputada do PSol, Isa Pena
Valéria Bolsonaro ao lado de Tarcísio de Freitas
Reprodução/Alesp
Reprodução/Facebook
Valeria Bolsonaro: Candidata a deputada estadual pelo estado de São Paulo, Valeria Muller Ramos Bolsonaro, 49 anos, candidatou-se a suplente de vereadora em 2016, sem sucesso
Entenda o caso
- Promessa de campanha de Tarcísio, a Secretaria da Mulher é alvo de críticas tanto de integrantes do governo e aliados quanto de opositores. Desde o início da gestão, a pasta sofreu uma redução progressiva em seu orçamento e hoje funciona praticamente para a manutenção de atividades administrativas.
- No mês passado, o Metrópoles revelou que uma das únicas políticas ainda ativas da secretaria – uma carreta que percorre o estado oferecendo oportunidades de emprego para mulheres – está sendo implementada através da contratação de um grupo envolvido em um escândalo de corrupção no Amazonas.
- Valeria será demitida a menos de seis meses da data prevista para a sua saída, que seria em abril de 2026, quando os secretários do governo que desejam concorrer nas eleições devem deixar seus cargos.
- O lugar dela no comando da pasta deve ser ocupado por um nome tampão, possivelmente técnico, e ligado à secretaria.
Parentesco com Bolsoanaro
Valéria Muller Ramos Bolsonaro é casada com um primo de segundo grau do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, junto com o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), é um dos poucos nomes do bolsonarismo no primeiro escalão do governo Tarcísio.
Ela assumiu a pasta da mulher em maio de 2024, substituindo Sonaira Fernandes (PL), que foi assessora do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) e deixou o cargo na gestão Tarcísio para concorrer à reeleição como vereadora na Câmara Municipal de São Paulo.