São Paulo – Um tenente aposentado da Polícia Militar (PM) paulista, de 55 anos, recebeu mensagens em um grupo de colegas de farda no qual foram compartilhadas informações e imagens de uma ocorrência em que um suspeito havia sido morto, nessa quinta-feira (24/4).
Para a surpresa de Francisco Carlos Ranulpho, o suposto assaltante, morto por uma soldado na Praia Grande, litoral paulista, era seu filho.
A morte de Raphael Pupo Ranulpho, de 29 anos, ocorreu por volta das 4h. O pai dele procurou a Polícia Civil, após reconhecer o filho o WhatsApp, por volta das 13h50.
Como revelado pelo Metrópoles, uma PM de 33 anos reagiu a uma suposta tentativa de assalto, no início da manhã, e matou o filho do tenente aposentado, em frente a um ponto de ônibus.




Soldado atirou contra homem de 29 anos, usando pistola
Arquivo Pessoal
No local foram encontrada duas cápsulas deflagradas de pistola
Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
Filho de tenente morreu após ser baleado por soldado
Arquivo Pessoal
Raphael estava desarmado e, de acordo com a soldado Amanda Karolina de Sales Santos — que seguia para o trabalho — teria afirmado “perdeu”, levando a mão à cintura, quando abordou a policial, por volta das 4h. O homem estava acompanhado de outro suspeito, cada qual guiando uma bicicleta. Ainda de acordo com a policial militar, além dela, outra mulher também estaria no ponto de ônibus.
“Um deles encostou a bicicleta na guia e anunciou o assalto: ‘As duas aí, perdeu, já era’”, diz trecho do relato da policial, a qual acrescentou que “como reação, efetuou disparos, em quantidade que não se recorda”.
Os tiros assustaram o suposto comparsa do filho do tenente, que fugiu. Raphael, de acordo com Karina, levantou as mãos e teria afirmado “perdi”.
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A PM acrescentou que, em seguida, Raphael encostou sua bicicleta e caiu, momento em que pediu socorro à policial, solicitando para ela ligar 190. Mas a soldado, segundo relatado por ela à Polícia Civil, “travou” e moradores da região acabaram acionando a PM.
A outra mulher, que segundo a soldado estava com ela no ponto de ônibus, teria passado mal e conseguido uma carona, deixando o local “sem tempo de a declarante [Karina] pegar seus dados ou contato”.
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Passagem criminal
Raphael morreu no local, atingido por ao menos um tiro, na região do tórax. O Metrópoles apurou que ele já havia cumprido pena por roubo — extinta em março deste ano.
Em um primeiro momento, Raphael não havia sido identificado. Cerca de nove horas depois, o pai dele foi até a Central de Polícia Judiciária da Praia Grande, onde afirmou ter reconhecido o filho morto, por meio de uma foto compartilhada em um grupo de WhatsApp.
O caso foi registrado como morte em decorrência de intervenção policial. A Corregedoria da PM seria acionada para acompanhar o caso, segundo documento da Polícia Civil.