O terrorismo continua sendo um problema para países da África, que na última década se tornou o berço do extremismo global após organizações jihadistas perderem espaço no Oriente Médio. Ao todo, 8 dos 10 ataques mais mortais do último ano aconteceram em países do continente. O número consta no relatório Global Terrorism Index 2025, divulgado pelo Instituto para Economia e Paz.
No continente, a região do Sahel sozinha contabilizou 51% das mortes ocorridas em 2024 por conta de atentados. O local é uma faixa que se estende pelos territórios de Mali, Burkina Faso, Chade, Nigéria, Camarões, Senegal, Mauritânia, Sudão, Sudão do Sul e Etiópia.
De acordo com o documento, o histórico de governança fraca, tensões étnicas e golpes militares criaram um terreno fértil para organizações extremistas expandirem suas atividades, aproveitando-se da instabilidade regional.

Exemplo disso foi Burkina Faso, nação mais afetada por terrorismo pelo segundo ano consecutivo, que nos últimos anos enfrentou uma sucessivos golpes militares.
O país, comandado atualmente por uma junta militar liderada pelo capitão Ibrahim Traoré, registrou 1.532 mortes em decorrência de 111 incidentes terroristas. Além disso, 206 pessoas ficaram feridas devido aos ataques.
Autoproclamado o braço da Al-Qaeda no Sahel, o Jama’at nasr al-Islam wal Muslimin (JNIM) foi o grupo com maior atividade no território burquinense. Criado em 2017 após uma fusão de grupos jihadistas da região, a organização reivindicou mais da metade dos ataques contra Burkina Faso em 2024.
O grupo, inclusive, realizou uma nova ofensiva contra forças locais na última semana. Em um comunicado, o JNIM disse ter assassinado 200 militares de Burkina Faso na cidade de Djibo, no norte do país. Veículos e mais de duzentos rifles também teria sido roubados durante a ação.