São Paulo — Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) julgam, nesta segunda-feira (24/3), se Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, será mantido no sistema carcerário federal, onde cumpre pena de mais de 300 anos, em regime fechado, desde 2019.
A permanência do líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC) longe do sistema prisional paulista resulta de pedidos de renovação feitos pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo, com a alegação de manter a segurança pública no estado.
Leia também
-
São Paulo
Vingança pelo assassinato da esposa alçou Marcola ao topo do PCC
-
São Paulo
PCC: Marcola e esposa são condenados por lavagem no “Diva’s Hair”
-
Na Mira
Marcola tenta último suspiro no STF após ter pedido negado por Moraes
-
São Paulo
A relação de Marcola com o “salve geral” para atacar agentes em SP
A mais recente solicitação feita por Marcello Streifinger, titular da SAP — aceita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), em 28 de janeiro — renovou a permanência de Marcola, em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), por mais 360 dias, contados desde 1º de fevereiro.






Marcola é apontado como líder máximo do PCC. Julinho Carambola seria seu sucessor direto, de acordo com Promotoria
Reprodução
Arte/Metrópoles
Arte/Metrópoles
Marcola, líder do PCC, casou com Cynthia Camacho dentro do presídio; casal teve casa de luxo confiscada pela Justiça
Arquivo pessoal
Marcola cumpre pena na Penitenciária Federal de Brasília
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Líder do PCC, Marcola foi mentorado de Mauricio Hernández Norambuena
Hugo Barreto/ Metrópoles
Marcola quando deixou presídio para ir ao Instituto Hospital de Base fazer exames
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Marcola está na penitenciária federal de Brasília desde janeiro de 2023
Hugo Barreto/Metrópoles
Arte de Caio Ayres/Metrópoles sobre foto de Jorge Santos/Oeste Notícias/AE
Marcos Camacho, o Marcola, líder do PCC, está preso no Presídio Federal de Brasília
Arte/Metrópoles
A defesa dele entrou com recurso, o qual será julgado nesta segunda-feira. Fontes do judiciário, ouvidas em sigilo pelo Metrópoles, acreditam que a Seção de Direito Criminal, composta por desembargadores do TJSP, irá manter o líder do PCC no sistema carcerário federal.
Transferências
Marcola e mais 21 líderes do PCC foram transferidos, em fevereiro de 2019, da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau e Presidente Bernardes, interior paulista, para presídios federais em Mossoró (RN) e Porto Velho (RO). A movimentação ocorreu após o governo de São Paulo descobrir um plano de fuga dos chefões da maior facção criminosa do Brasil.
Em 25 de janeiro de 2023, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou a transferência de Marcola para a penitenciária federal de Brasília (DF), onde permanece até o momento.
“Absoluta influência”
Como argumento para manter Marcola trancafiado em um presídio de segurança máxima, o MPSP mencionou o fato de o condenado permanecer como principal líder do PCC.
“[Marcola segue] com total, absoluta influência e atividade máximas perante os muitos demais membros do grupo [criminoso], além de ser o principal alvo de resgate dos sofisticados planos de fuga do grupo criminoso”.
A Promotoria ainda frisou que, dos 300 anos de condenação, ainda restariam 260 a serem cumpridos, demonstrando “a periculosidade do preso em questão”. Marcola foi condenado por homicídios, roubo, posse, além de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.