São Paulo – Uma jovem de 22 anos morreu nessa terça-feira (15/4), após ficar 90 dias internada em estado grave com sintomas de virose no litoral paulista. Carolini Costa Rolim era moradora de Taquarituba, no interior de São Paulo, e havia viajado com a família para passar o Réveillon no Guarujá.
Segundo a família, enquanto Carolini curtia o Réveillon com os parentes e amigos no litoral, ela começou a apresentar fortes sintomas de virose. Todos estavam hospedados em um apartamento alugado.
Ainda de acordo com parentes, os sintomas se espalharam pela família, mas o quadro da vítima se agravou e ela precisou ser levada para uma unidade de saúde próximo ao local da hospedagem. Carolini teve uma parada cardíaca e foi transferida para o Hospital de Guarujá, onde precisou ser intubada.
A jovem também chegou a ser internada em uma unidade de saúde em Santos e transferida para a Santa Casa de Avaré. Depois de 90 dias na unidade de terapia intensiva (UTI), ela apresentou melhora, recebeu alta e foi transferida para um quarto na enfermaria, mas faleceu por complicações nessa terça-feira.
Nota de pesar
Nas redes sociais, amigos e familiares expressam os sentimentos pela perda da jovem. No perfil oficial da Instrumentos Musicais Rolim — empresa da qual o pai da vítima é sócio —, uma nota de pesar lamenta a morte de Carol.
Nos comentários, internautas desejam força aos familiares e amigos. “Que tristeza perder nossos jovens tão cedo. Difícil demais. Que Deus ajude a todos”, escreveu um usuário.
Conforme a empresa, Carolini Costa Rolim tinha 22 anos e era filha de Aparecido Rolim e Sidnéia Costa Rolim. A companhia também decretou luto por tempo indeterminado.
Surto de Virose
Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, as cidades de Guarujá, Santos, Praia Grande e São Sebastião registraram um aumento significativo de pessoas buscando atendimento médico com sintomas como diarreia, vômitos e febre. O problema levou à superlotação dos serviços de saúde na região e ao desabastecimento de medicamentos.
À época, a Prefeitura de Guarujá ligou o surto a um suposto despejo irregular de esgoto na praia da Enseada, o que foi negado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Em nota enviada ao Metrópoles, a companhia de saneamento disse que o surto “não teve nenhuma relação com a operação da empresa” e que “análises realizadas pelo Instituto Adolfo Lutz, referência em ensaios de detecção de vírus, confirmaram a qualidade da água fornecida pela Companhia”.
Já a Coordenadoria de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde (SES) disse que “realizou ações preventivas para a população, incluindo o reforço das orientações de prevenção, distribuição ampliada de hipoclorito de sódio e intensificação da divulgação de informações sobre doenças diarreicas no período de verão”.
A pasta também diz que, durante o surto, “atuou em conjunto com os nove municípios da região implantando protocolos de coleta de amostras, água e análise dos casos”.
Tanto o órgão vinculado à SES quanto a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) se colocaram “à disposição do Ministério Público e prestarão todas as informações sobre as ações realizadas na Baixada Santista no início do ano”.