O Bitcoin (BTC) despencou nesta semana, tocando os US$ 86 mil pela primeira vez desde novembro. O movimento foi impulsionado pelo ataque hacker bilionário sofrido pela exchange ByBit e pelas liquidações no mercado de derivativos após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tarifas.
Diante do pânico, muitos investidores venderam suas criptomoedas ou cotas de ETFs – os fundos de índice à vista de ativos digitais nos EUA, por exemplo, registraram saídas de US$ 500 milhões, segundo dados da empresa de análises Farside. Por outro lado, traders mais experientes aproveitaram a queda para aumentar suas posições, segundo a corretora Kraken.
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A grande questão que surge é: quando é o momento ideal para vender suas criptomoedas? Vale a pena se desfazer delas ainda esta semana, antes do carnaval, ou é melhor aguardar um pouco mais?
Rafael Bonventi, analista da Bitget, destacou que acertar o momento exato de venda é um desafio em qualquer mercado. Ele recomenda que os investidores estabeleçam metas pessoais e sigam seu plano com disciplina. “Há um ditado popular entre traders: Se você não realiza o lucro, o mercado vai realizar por você. Tenha um plano. Siga-o”.
Pedro Gutiérrez, diretor Latam da CoinEx, reforçou essa ideia, sugerindo que os investidores definam metas de venda e evitem que emoções como ganância ou medo influenciem suas decisões. Ele aconselha seguir “uma estratégia estruturada baseada em planejamento e disciplina”.
Estratégias
A estratégia mais recomendada, segundo Gutiérrez, é vender de forma parcial, e não de uma só vez, pois isso permite minimizar riscos e otimizar o desempenho em um ambiente altamente volátil. “Vender em diferentes níveis de preço ajuda a capturar lucros progressivamente enquanto mantém exposição a possíveis novas altas”, falou.
Para olhar o mercado, vale usar um pouco de análise técnica (acompanhar os movimentos do mercado via gráficos) e fundamentalista (olhar o cenário a partir de projeções, indicadores financeiros e dados), segundo os dois especialistas ouvidos pela reportagem.
Na análise técnica, de acordo com Gutiérrez, é importante ficar de olho nas resistências importantes, projeções de Fibonacci (padrões que aconteceram no passado para analisar a formação presente e decidir comprar) ou médias móveis de longo prazo, que podem indicar tendência de alta ou baixa.
Também é recomendável, disse, configurar um stop-loss dinâmico (uma ordem de venda programada que muda conforme os ventos do mercado). “Isso ajusta os níveis de proteção conforme o preço sobe, garantindo os lucros sem sair do mercado prematuramente”.
Bonventi, da Bitget, lembrou que é ideal olhar para várias ferramentas diferentes. Ele citou o Índice de Força Relativa (RSI) – indicador que mostra condições do mercado – acima de 90, que sugere uma cripto sobrecomprada. Além disso, mencionou o MVRV – métrica que relaciona o valor de mercado e o valor realizado de um ativo – superior a 7, que sugere presença de investidores em zona extrema de realização de lucro.
Na análise fundamentalista, os especialistas recomendam monitorar mudanças regulatórias em países e mercados-chave, decisões sobre taxas de juros, especialmente nos Estados Unidos, e a adoção institucional de criptomoedas. Esses fatores podem indicar períodos de aumento ou redução do apetite por risco.
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Para onde o preço do Bitcoin vai?
Assim como determinar o momento ideal para vender é uma tarefa complexa, prever com exatidão onde o preço do Bitcoin vai chegar também é um desafio. No entanto, as projeções para a principal criptomoeda do mercado são otimistas.
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O banco britânico Standard Chartered, por exemplo, prevê que o BTC pode atingir US$ 200 mil até o final deste ano. Caso a previsão se concretize, isso representaria uma valorização de 128% nos próximos 10 meses, ante o preço de US$ 87.700 nesta quarta-feira (26).