São Paulo — O deputado estadual Antônio de Assunção Olim, conhecido como Delegado Olim (PP), publicou um vídeo nas redes sociais em que dá uma lição de moral em Hugo dos Santos Araújo, jovem de 20 anos preso por matar com três tiros o arquiteto Jefferson Dias Aguiar durante tentativa de assalto no Butantã, na zona oeste de São Paulo, em 1º de abril deste ano.
Hugo Araújo se entregou à polícia na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) três dias depois do crime, em 4 de abril. Neste mesmo dia, o delegado Olim fez um vídeo em que fala diretamente com Hugo, sem mostrar o rosto dele, enquanto o jovem está atrás das grades no Deic.
“Tá aqui, vai pagar o resto da vida o que ele fez. Jovem, de 20 anos. (…) Ele tá fazendo a família dele chorar e a família de quem morreu também chorar. Quer dizer, estão todos tristes, porque a mãe dele tá triste por ele. Mas e aquela família que perdeu um ente querido? Que perdeu seu filho? Que perdeu seu pai? Que tem filhos? É muito triste isso”, disse o deputado em um vídeo publicado no Instagram.
No início do vídeo, o deputado fala que vai mostrar o “bandido maldito” que a equipe do Deic prendeu. “Você nunca mais vai esquecer na sua vida quando você estiver lá na cadeia. E você vai ficar muitos anos na cadeia”, diz ele à Hugo.
Veja:
Jefferson Aguiar foi baleado na Rua Desembargador Armando Fairbanks após atropelar Hugo, que o havia fechado com uma moto para roubá-lo. O arquiteto foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A polícia identificou que Kawã Felipe Celestino, também de 20 anos, fez a escolta do atirador durante toda a ação. Ele segue foragido.

Assalto e morte em SP
Imagens de câmeras de monitoramento às quais o Metrópoles teve acesso mostram a dinâmica da ação dos criminosos em quatro ângulos.
De acordo com o boletim de ocorrência, antes de tentar assaltar Jefferson Aguiar, o atirador abordou uma mulher na Rua Lemes Monteiro, que faz esquina com a Armando Fairbanks. Com a arma apontada, ele obrigou a vítima a lhe entregar o celular desbloqueado, bem como a aliança. Uma câmera registrou o assalto, que durou um minuto.
Veja:
Logo após assaltar a mulher, Araújo começou a acompanhar o Montana que Aguiar conduzia, cena que foi flagrada por câmeras de segurança da rua. No banco do carona, estava uma pessoa que afirmou à polícia que ela e Jefferson presenciaram o assalto na Rua Lemes Monteiro. O criminoso, então, teria percebido que foi flagrado pelos ocupantes do veículo e por isso passou a acompanhá-los, de acordo com o depoimento.
Um pouco mais adiante, então, o assaltante jogou a motocicleta contra o Montana, já na Rua Desembargador Armando Fairbanks, na tentativa de fazê-los parar e assaltá-los. Aguiar atropelou o jovem, que caiu após se chocar contra o para-brisa do Montana.
Após se levantar, ele atirou contra Aguiar três vezes. Foram dois disparos no braço direito e um na região da nuca. Ao fim do registro que flagrou toda a ação (veja abaixo), uma câmera capturou, por outro ângulo, os disparos do assaltante contra o arquiteto, que ficou caído de bruços ao lado do carro até os policiais chegarem ao local.
Assista:
O arquiteto foi levado para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) em estado gravíssimo, mas não resistiu aos ferimentos.
Hugo dos Santos Araújo fugiu do local na carona de outra motocicleta, onde estaria Kawã Felipe Celestino. Os dois criminosos abandonaram a moto e pularam um muro. O veículo foi apreendido.
O caso foi inicialmente registrado como roubo no 51º Distrito Policial, em Rio Pequeno, e é investigado pelo Deic. Foi solicitado assessoramento do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para coleta de material dactiloscópico e biológico.
Quem era a vítima
Jefferson Dias Aguiar estudou arquitetura na Universidade Anhembi Morumbi e era especialista em projetos paisagísticos. Desde 2005, ele era dono do escritório Jevo e realizava serviços de reformas, sobretudo em residências.

Jefferson estava ao lado de um amigo quando foi atingido por três tiros
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O arquiteto foi morto durante latrocínio no Butantã, zona oeste de SP
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Jefferson Dias Aguiar tinha 43 anos
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Antigos colegas de profissão lamentaram a morte pelas redes sociais da empresa: “Tô sem palavras!! Jeff, querido colega de profissão e amigo dos tempos senaianos! Meus sentimentos à família e amigos….”, escreveu uma colega.
De acordo com seu perfil no Facebook, Jefferson se casou em 2023 e gostava de viajar e fazer trilhas de bicicleta.