Diante da suspeita de dois casos de gripe aviária no Zoológico de Brasília, o biólogo e mestre em biofísica molecular André Luís Soares Smarra comentou a situação e ressaltou que a chance de transmissão da doença para humanos é rara.
“A influenza aviária infecta aves e também pode infectar os mamíferos. Contudo, a chance de contágio de seres humanos é praticamente remota”, enfatizou.
Apesar disso, pessoas sem a devida proteção individual e expostas a aves infectadas ou a ambientes de sacrifício desses animais têm chance de contrair a enfermidade. Nesses casos, o vírus é transmitido por meio do contato com a secreção de bichos doentes.
“Ainda assim, é importante deixar claro: a gripe aviária não infecta seres humanos com facilidade. E, geralmente, a transmissão de pessoa a pessoa não se sustenta”, afirmou o biólogo.
Letalidade e sintomas
Ainda segundo André Luís, o controle da doença se dá por meio do manejo de animais doentes. O protocolo adotado é de abate das aves infectados. Em caso de eventual infecção por humanos, a taxa de letalidade da virose é alta, pois uma quantidade expressiva de pacientes não sobrevive.
Os sintomas da doença em humanos são semelhantes aos de uma infecção respiratória. O paciente apresenta, inicialmente, um quadro leve, com secreção ou muco, náusea, febre, tosse e desconforto respiratório.
No entanto, a progressão da gripe aviária é rápida, e a pessoa infectada pode desenvolver uma pneumonia e, eventualmente, morrer. “Assim, diante dos sintomas, é preciso procurar um médico e fazer os exames o quanto antes”, aconselhou o especialista.
Em caso de resultado positivo para o vírus em circulação, o tratamento é feito no hospital, sob acompanhamento de uma equipe de profissionais da saúde.
Vacinas
Atualmente, há vacinas contra o vírus aplicadas na população de países como Estados Unidos, China, Canadá, Japão e Reino Unido. Entretanto, as doses estão reservadas para grupos de risco, como avicultores e veterinários.
No Brasil, o Instituto Butantan produziu um imunizante, mas ainda aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testá-lo em humanos.
Mas, no cenário brasileiro, segundo André Luís, cabe ao poder público isolar os locais com casos suspeitos, assegurar o sacrifício das aves em caso de confirmação de contágio e garantir o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) pelas equipes de vigilância. “E a população deve aguardar as orientações das autoridades e segui-las”, concluiu.